PANDEMIA

Dois terços das reações às vacinas contra covid-19 ocorrem por efeito psicológico

Mais de dois terços das reações adversas reportadas, são uma versão negativa do efeito placebo, o chamado nocebo.

Reações adversas reportadas, como dor de cabeça e fadiga, são uma versão negativa do efeito placebo. (Foto: Divulgação)

Apesar das evidências de que as vacinas são a forma mais eficaz de se evitar a covid-19, muitas pessoas evitam o imunizante, mesmo correndo riscos, porque temem os efeitos colaterais da substância. Porém, segundo um estudo publicado na revista Jama Network Open, mais de dois terços das reações adversas reportadas, como dor de cabeça e fadiga, são uma versão negativa do efeito placebo, o chamado nocebo.

No estudo, eles compilaram dados de 12 ensaios clínicos de várias vacinas para a covid e compararam a prevalência dos efeitos colaterais sistêmicos, como febre, dor de cabeça ou fadiga, além dos locais, como dor e inchaço no braço, reportados entre os que foram realmente imunizados com a vacina e aqueles que receberam uma substância salina.

Os dados indicaram que, após a primeira injeção, mais de 35% das pessoas nos grupos placebo sentiram os chamados efeitos colaterais “sistêmicos” e 16% relataram dor no braço ou outro sintoma no local da injeção. Como esperado, os que, de fato, receberam o imunizante eram mais propensos a sofrer as reações adversas (46% relataram sintomas sistêmicos e dois terços sentiram dor no braço).

Ao analisar os efeitos colaterais após a segunda injeção, os pesquisadores descobriram que a taxa de dores de cabeça ou outros sintomas sistêmicos era quase duas vezes maior no grupo da vacina, em comparação com o placebo: 61% e 32%, respectivamente. A diferença foi ainda maior para as sensações locais: 73% contra 12%.

Considerando o alto percentual de pessoas do grupo placebo que relataram reações adversas, os pesquisadores fizeram cálculos estatísticos e estimaram que cerca de dois terços dos efeitos colaterais reportados por quem, de fato, tomou a vacina, são causados pelo efeito nocebo. Embora não possam provar essa afirmação, os cientistas acreditam que os médicos deveriam esclarecer melhor os pacientes sobre possíveis reações dos imunizantes, porque acreditam que, bem informadas, as pessoas são menos propensas a experimentarem sensações causadas não pela substância, mas pela ansiedade.

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