COMBATE AO FUMO

15,3% dos maranhenses são fumantes de cigarro

O cigarro é uma das drogas lícitas mais famosas no mundo inteiro, mas também é uma das mais perigosas para quem usa.

Foto: reprodução

É possível sentir de longe o cheiro da fumaça quando alguém fuma, mas esse odor não é nada perto das inúmeras consequências que o cigarro causa. Esse pequeno cilindro é a principal forma industrializada do tabaco atualmente e é composto por diversas substâncias nocivas à saúde a longo e curto prazo, a maioria sendo a causa principal do câncer para os usuários.

Neste domingo, 29, o Dia Nacional do Combate ao Fumo reforça o controle do tabagismo como um problema de saúde, algo que afeta milhares de brasileiros.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde Vigitel, de 2017, 14,7% da população brasileira é tabagista. No Maranhão, o índice é de 15,3%, e na capital 5,3% da população é fumante.

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, quem era fumante está mais vulnerável ao covid-19 já que a doença afeta diretamente o sistema respiratório. O médico João Batista Filho, pneumologista no Instituto do Tórax, conta que foi muito comum receber pacientes fumantes que contraíram o vírus, mas que não percebiam os sintomas. “O uso do tabaco consome uma reserva respiratória, então o paciente não tinha percepção da falta de ar antes”, conta.

O pneumologista diz que o tabagismo deve ser encarado como uma doença que causa dependência química, comportamental e psicológica. É necessária uma avaliação para determinar qual dessas dependências predomina no indivíduo, além de uma abordagem cognitiva comportamental, baseada nas crenças e valores dos indivíduos para mudar o ambiente que o paciente vive e facilitar o processo.

O risco não se limita apenas as pessoas que são fumantes, mas também aqueles que sofrem passivamente desse mal, principalmente as crianças que são as mais afetadas por causa dos pais que fumam na presença dos filhos, mas o médico afirma que o tabaco também influencia negativamente o meio ambiente.

O cigarro é um vício como qualquer outra espécie de droga, mas também possui métodos de tratamento. O SUS (Sistema Único de Saúde) dispõe de tratamento gratuito para ajudar aquele que deseja abandonar esse hábito, oferecendo equipe de médicos que irão analisar o paciente e decidir qual a melhor forma de largar o tabaco e assim, cuidar de sua saúde.

Um dos serviços da rede estadual de saúde que oferece tratamento para fumantes está disponível no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD Estadual), localizado em São Luís, no bairro do Monte Castelo.

Pandemia afetou tratamento

O relatório Tratamento do Tabagismo no SUS durante a Pandemia de Covid-19, do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, mostra queda de 66%, em média, no número de tabagistas em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020 na comparação com 2019.

A pesquisa se baseou em dados coletados pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), coordenado pelo Inca, e verificou que o Sudeste foi a região onde houve maior diminuição seguido pelo Nordeste (66%), Centro-Oeste (63%), Sul (62%) e Norte (59%).

O tratamento do tabagismo é prolongado; dura em torno de 12 meses e é feito por mais de um profissional de saúde. Apesar da queda significativa do número de tabagistas em atendimento nas unidades do SUS no ano passado, cerca de 68 mil tabagistas procuraram atendimento no início do ano passado, revela o relatório do Inca.

No Brasil, o tabagismo mata 162 mil pessoas por ano e tem custo anual de R$ 125 bilhões aos cofres públicos para cobrir despesas com doenças causadas pelo cigarro.

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