SETEMBRO AMARELO

Especialistas apontam diferenças entre tristeza e depressão

Ao contrário do sentimento de tristeza, a depressão predispõe as pessoas ao suicídio. Veja 6 sinais de que algo está errado!

A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. (Foto: Reprodução)

Setembro, mês marcado pela campanha nacional de prevenção ao suicídio, está quase no fim, mas, quando o assunto é saúde mental, é preciso ter atenção independente da época do ano. E se tem algo que costuma causar muitas dúvidas é: afinal, só pensa em tirar a própria vida quem está com depressão? Ou um acesso de raiva ou fúria também é capaz de motivar o suicídio?

De acordo com o psiquiatra Carlos Wilson Marsaro, os sinais mais comuns muitas vezes são percebidos por pessoas próximas do convívio, que notam uma mudança no comportamento, como o distanciamento e conversas com conteúdo negativo. “O paciente costuma apresentar uma alteração no apetite (aumento ou redução), alteração nas características de sono (muito ou pouco sono), humor irritável associado à tristeza na maior parte do dia e perda de prazer em fazer as coisas que gostava anteriormente”, sinaliza o especialista

Tristeza x depressão

Há uma diferença entre tristeza e depressão, assegura o psiquiatra. A tristeza é temporária, período menor que 15 dias, causada por decepções, frustrações ou coisas desagradáveis que acontecem no dia a dia.

Já a depressão é uma doença que afeta a qualidade emocional e física das pessoas, que quadros constantes de tristeza profunda e sem razão aparente, por um período superior a duas semanas.

Algumas pessoas, deprimidas ou não, conseguem perceber sozinhas que algo está errado, ao terem pensamentos suicidas. Como, em geral, esse tipo de pensamento causa vergonha, essas pessoas não costumam relatar a outras o que sentiram. Porém, quando compartilham, é sinal de que estão clamando por ajuda.

Dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, em 2018, houve 13.463 suicídios registrados em todo o Brasil. De 2009 a 2018, 115.072 pessoas cometeram suicídio no país, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério. Entre os fatores de risco, estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia, entre outros.

Segundo Marsaro, o paciente pode comentar de forma sútil sobre a morte de forma frequente, como se fosse uma saída. “O ditado que diz que: ‘sê quisesse se matar não falaria, apenas faria’! É mentira. Estudos mostram que àquele que cometeu suicídio tentou por pelo menos seis vezes, falou muito sobre a possibilidade de se matar com pessoas próximas e procurou algum serviço médico no mês anterior ao ato”, alerta.

Escuta afetiva

Neste processo, amigos, parentes e pessoas do convívio devem apoiar e desenvolver a empatia, escutar sem julgamentos e sem preconceitos. A psicóloga Celiane Lopes ressalta a importância de uma “postura acolhedora”. Ela afirma que pode começar uma conversa dizendo, por exemplo: “Estou preocupado com você, percebi que você está assim. Está acontecendo alguma coisa? Estou aqui para te ajudar”, sugere.

No momento da escuta, é importante deixar a pessoa falar sem fazer interrupções. “Esse processo pode demorar, seja paciente. Ela pode sentir que é importante para alguém, e isso pode lhe dar um bom apoio”, destaca a psicóloga.

Após perceber os sinais, é necessário uma rede de apoio para a realização do tratamento com profissionais especializados em saúde mental. “Muitas vezes, é realizado com psicólogo e psiquiatra. São dois profissionais diferentes, mas necessários, a diferença é que o psicólogo irá realizar tratamento com terapias e a longo prazo, já o psiquiatra irá realizar ação mais pontual com medicamentos e a curto prazo, mas vai depender da situação do paciente, em alguns casos somente a psicoterapia já resolve”, esclarece o psiquiatra.

Sinais de alerta

Para facilitar a observação, o psiquiatra Carlos Wilson Marsaro orienta que as pessoas ao redor prestem atenção, principalmente, aos seguintes sinais:

Isolamento

Se a pessoa deixa de ir à escola ou falta ao trabalho com frequência.

Desinteresse

De repente, a pessoa deixa de fazer as atividades de que gosta, não sente mais prazer.

Alimentação

A pessoa come mais ou come menos que o usual, há um claro desequilíbrio.

Mudança no sono

Se tem insônia ou dorme demais.

Agressividade

No caso de jovens, às vezes a depressão se confunde com agressividade.

Mudanças nas redes sociais

Quando a pessoa começar a usar mais as redes, ficando mais isolada, por exemplo, ou quando ela começa a seguir páginas com conteúdo que tenham mais relação com depressão ou questões ligadas à morte.

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