SAÚDE

Projeto social distribuirá testes de Covid-19 para comunidade indígena de IPU

Projeto “Miséria que Habita” já arrecadou mais de 1 tonelada de alimentos, além de kits de higiene que foram distribuídos para aproximadamente 600 famílias em diversos estados do país

(foto: Carlos Eduardo Ramirez)

O projeto Miséria que Habita vai realizar no dia 11 de julho testagem gratuita de exame rápido de Covid-19 nos indígenas da aldeia de IPU, no Maranhão, a partir das 9h. A comunidade Bacurizinho, localizada no município de Grajaú, a 600 km da capital São Luís, vai receber 25 testes. A primeira ação de testes aconteceu no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, onde todos testaram negativo.

O projeto conta o apoio de artistas como Maria Casadevall, Luiza Brunet, Karina Ramil, Eduardo Pelizzari, Rappin Hood, Marina Lima, os Jornalistas Celso Zucatelli e Fábio Ramalho.

Com a crescente do número de casos fatais do vírus, o projeto viu a necessidade de colaborar com um diagnóstico rápido nas áreas com menor índice de salubridade. O Ministério da Saúde anunciou a distribuição de aproximadamente 23 milhões de testes para agentes da saúde e segurança e outros 14,9 milhões para pacientes internados em estado grave. “Ainda que todos esses testes sejam distribuídos, muita gente ainda vai ficar sem saber se está infectado ou não, dando prosseguimento à disseminação do vírus”, reflete o fotógrafo e organizador do projeto.

O exame que detecta o vírus no organismo pode levar até dez dias para emitir um resultado, uma vez que eles detectam o anticorpo e não o vírus. O exame de IgM /IgG requerem um período de incubação para que seja detectada a doença. Por isso é importante deixar claro que um ambiente testado não está, necessariamente, livre do vírus. Assim, faz-se vital que testes rápidos sejam oferecidos à população, poupando tempo e exposição à doença. O objetivo do programa é fazer o possível (dentro das possibilidade) para diminuir a probabilidade de contaminação em ambientes de alto risco, como os retiros e asilos.

Diversos estados brasileiros já foram beneficiados através outras ações do projeto como a captação de recursos e registros fotográficos, que tem parceria institucional ONU Habitat – Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos. Diante à necessidade de isolamento social e higiene pessoal impostos pelo novo coronavírus, todas as frentes do projeto decidiram agir imediatamente.

Através de campanha realizada nas redes sociais, arrecadou cerca de 1 mil cestas básicas e kits de higiene. Os itens foram distribuídos para aproximadamente 600 famílias que vivem em locais como a favela do Cantão no Bairro Cristal em Porto Alegre (RS)l, Jardim Peri (SP), a favela da Rocinha (RJ) e os trabalhadores que dependem do lixão da cidade de Codó (MA).

De acordo com Henrique de Campos, o projeto já atuava nessas comunidades categorizando os diferentes graus de miséria, suas peculiaridades geográficas, além de captar fundos para impactar de maneira sustentável cada um desses ambientes. “O objetivo do Miséria que Habita é servir como um piloto para que outras instituições maiores, até mesmo governos, percebam que muito se pode fazer com menos investimento financeiro, quando este é substituído por atenção”, destaca.

A campanha de arrecadação que levanta fundos para a compra de alimentos e produtos de higiene contra o Covid-19 ainda está no ar. Henrique de Campos alerta para a necessidade de manter as doações ativas: “nós somos muito gratos por todos que ajudaram até agora, mas a necessidade por alimentos é permanente, e não podemos parar de atender essas pessoas”.

Como ajudar?
Para ajudar e acompanhar as ações, os interessados podem acessar as redes sociais do projeto e o site que arrecada as doações, a seguir:
Site: www.mqh.org.br/covid19
Instagram: @miseriaquehabita
Facebook: facebook.com/miseriaquehabita

O projeto

O projeto Miséria que Habita reúne imagens produzidas pelo fotógrafo Henrique de Campos, com a curadoria do também fotógrafo Eder Chiodetto. As principais fotografias serão reunidas em um livro. A ideia é dar rosto e voz as famílias e comunidades mais vulneráveis aos efeitos da crise econômica, vivenciada pelo Brasil nos últimos anos, e da crescente onda de desemprego que atingem, em sua maioria, os mais pobres.

Através da narrativa do dia a dia dos personagens, objetiva-se retratar a luta contra o aumento da pobreza (material e imaterial), e a degradação das condições de vida. Todo dinheiro arrecadado é revertido para os personagens registrados e para os projetos parceiros na forma de assessoria educacional, jurídica, serviços de saúde, beneficiamento de residência, cursos de capacitação profissional ou aquisição de maquinário para trabalho. Saiba mais em miseriaquehabita.com.br.

Sobre o idealizador do projeto
Henrique Campos é fotógrafo e documentarista brasileiro especializado em registrar a vida e realidade em projetos assistenciais ao redor do mundo. Desde de 2005 acompanha projetos assistenciais em países como Quênia, Angola, Moçambique, Etiópia, Haiti, Índia, Colômbia, Bolívia, Cuba, Jordânia, Egito, e Brasil.

Com uma visão humanitária e poética, o artista vai além do drama, transmitindo sensibilidade e solidariedade onde a maioria vê carência e discrepância. Diante de cenários desconcertantes o fotógrafo seduz o olhar do espectador para realidades invisíveis, fazendo-nos cúmplices.

Informando e contando histórias com sensibilidade artística e humana, Henrique de Campos nos mostra seu interesse pelos aspectos da diversidade da vida. Revela suas evidências através do rigor das composições, com um olhar comprometido e compassivo sobre a humanidade.

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