ALÉM DA COVID-19

“Pandemia de obesidade” preocupa médicos e autoridades de saúde

Especialistas ensinam como manter alimentação adequada durante o isolamento. Veja lista com 6 dicas de como não furar a dieta!

A obesidade agrava não apenas a Covid-19, como favorece o surgimento de outras doenças

Antes mesmo de se ouvir falar no novo coronavírus, outro grave problema já preocupava médicos e autoridades de saúde do mundo inteiro: a obesidade, condição que agrava não apenas a Covid-19, como favorece o surgimento de diversas outras patologias. “A pessoa obesa, em geral, tem muita gordura abdominal, que é considerada a pior de todas, metabolicamente falando, pois ela é inflamatória e leva a um desequilíbrio hormonal; gera resistência insulínica e aumenta o risco de doenças como câncer, infarto, derrame”, atesta a médica cardiologista e nutróloga, Sílvia Gomes.

E por que a obesidade pode causar doenças que levam à morte? A especialista explica que o alimento escolhido por cada pessoa influi diretamente na flora intestinal. “A flora intestinal do paciente magro é diferente da de um paciente obeso, assim como a flora intestinal de quem tem diabetes também é. Quando a flora não está saudável, ela absorve coisas que não deveria absorver e ativa a genética das doenças, inclusive ajudando a engordar”, enfatiza.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, nos últimos 10 anos, a obesidade teve uma elevação de 60% no país, colocando 53,8% da população na triste estatística do sobrepeso. “Estamos perdendo a batalha contra o excesso de peso”, alerta Serafim, que ressalta haver uma série de fatores causadores da obesidade.

“Tem o fator genético, que contribui, mas a grande maioria da população come mal e engorda. O principal vilão é o carboidrato, principalmente os de alto índice glicêmico. A flora intestinal do paciente magro é diferente. Quem tem diabetes tb tem flora diferente. Quando a flora não está saudável, absorve coisas que não deveria absorver e ativa a genética das doenças, inclusive ajudando a engordar”, frisa o médico.

Cardiologista e nutróloga Sílvia Gomes: “Estamos perdendo a luta contra a pandemia da obesidade”

Muito além da vaidade

No cenário de pandemia do coronavírus, as pessoas obesas são classificadas em diversos estudos como pacientes de risco para a Covid-19. E, atualmente, o que não faltam são pessoas que até tentavam levar uma vida mais saudável, incluindo alimentos naturais na alimentação diária e atividades físicas rotineiras, porém, com o isolamento social, a dieta e o exercício também parecem ter sido postos em quarentena.

“Muito mais importante que a condição estética é a saúde em primeiro lugar. A maioria das pessoas nem imagina o risco que corre com o sobrepeso e a obesidade”, comenta Sílvia Gomes, que acrescenta: “Trancadas em casa, angustiadas com um cenário de incertezas sobre o futuro ou até mesmo na tentativa de frear crises de ansiedade, muitas pessoas tendem a descontar essa carga emocional na comida, o que é um grave problema”, reforça.

Se antes mesmo da pandemia de Covid-19 o sedentarismo de 70% da população brasileira já era um indicativo preocupante (IBGE), agora, a falta de disposição para a atividade física torna o cenário ainda pior. Isso porque, além da alimentação adequada, a atividade física é uma das principais aliadas no combate à obesidade. “Uma simples caminhada de trinta minutos diariamente já favorece o sistema cardiorrespiratório, pois o exercício aeróbico atua na queima de gordura, o que evita doenças como a hipertensão, por exemplo”, atesta a professora de Educação Física, Priscila Alves.

Risco de morte elevado

Com dieta adequada e atividade física regular, uma pessoa tende a ter um Índice de Massa Corpórea (IMC) considerado normal. “O IMC é um cálculo simples feito com base no peso e na altura da pessoa; quem tem resultado entre 22 e 25 está na faixa considerada ideal”, explica Priscila.

Estudo publicado pela revista científica Lancet (2009), uma das mais respeitadas do mundo, mostra que, a cada aumento de 5 kg/m2 no IMC, há um aumento de 30% no risco de mortalidade geral, além de aumentar a letalidade de outras enfermidades, como doenças cardiovasculares (40%); diabetes, renal e hepática (60-120%); câncer (10%); e problemas respiratórios (20%).

Fórmula mágica?

O excesso de peso pode ser resultado de uma combinação de diversos fatores: herança genética, alimentar, hormonal, intestinal, toxinas, psicológico, sedentarismo, etc. Por isso mesmo, não há uma fórmula mágica capaz de acabar com a obesidade da noite para o dia.

“Bons hábitos, como prática regular de exercícios e alimentação saudável, continuam sendo o melhor caminho”, destaca a cardiologista Sílvia Gomes.

Então, é melhor pensar duas vezes quando for cometer aquele “assalto à geladeira” fora de hora, ou quando for preparar as refeições diárias.

6 dicas que ajudam a não furar a dieta

Para ajudar nesse desafio em meio ao isolamento, a nutricionista Fernanda Santana compartilha algumas dicas de atitudes que podem fazer toda a diferença. Veja!

Nutricionista Fernanda Santana ensina dicas para não furar a dieta

Faça uma lista antes de ir às compras

A primeira dica é fazer a lista de compras e seguí-la à risca. “Quantas vezes você já foi ao mercado comprar apenas algo básico para o jantar, mas acabou levando muito além do que estava na lista? Resolver esse problema é facíl e só depende de você, então faça suas compras com foco!”.

Atenção aos rótulos

Durante as compras, é sempre bom ler os rótulos dos produtos, pois é importante entender o que tem nos alimentos que você ingere. “É por meio das informações nutricionais que você pode descobrir o quanto de açúcar, sal e gorduras está colocando para dentro do seu organismo. Assim, você pode controlar o que come, livrando-se de alimentos com corantes e conservantes”.

​Cuidado com os carboidratos simples

Em casa, evite carboidratos simples, como arroz, pão e macarrão, que não são uma boa opção para dietas. “Esses alimentos são inflamatórios e não dão saciedade. Na verdade, dão a sensação de que se está com fome o tempo todo, por isso não são boas opções”.

Deixe à vista alimentos saudáveis

Higienize os alimentos e coloque as frutas à sua vista. “Assim, você irá estimular os seus sentidos a desejar os alimentos que estão no campo de sua visão e sentirá vontade de comê-los. Uma ótima alternativa é montar uma cesta de frutas em cima da mesa ou na cozinha. Ela estará ao seu alcance sempre que sentir fome”.

Mente ocupada

“O ideal é procurar coisas para fazer. Se você tem como trabalhar em casa, faça o seu home office. Se não, leia um livro, assista uma série ou um filme, brinque com os filhos, e tente não dar espaço para a ansiedade ou pensamentos ruins”.

Movimente-se​​

“Não use a quarentena como desculpa para não se exercitar. Busque treinos e faça em casa mesmo. Até alongar todos os dias já melhora sua condição física”, conclui Fernanda Santana.

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