CORONAVÍRUS

Auxílio emergencial: mais 30 milhões de pessoas ainda devem entrar na lista

Instituição Fiscal Independente do Senado calcula que o número de necessitados do auxílio emergencial ainda subirá, incluindo mais 30 milhões de pessoas num cenário otimista. No pessimista, os dependentes passarão de mais da metade da população brasileira

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Mais 30 milhões de pessoas ainda devem entrar na lista de beneficiados do auxílio emergencial de R$ 600. A estimativa é da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, que acredita que o número de brasileiros aptos a receber os R$ 600 vai subir por conta do avanço do desemprego durante a pandemia do novo coronavírus, forçando o Executivo a ampliar em mais R$ 30 bilhões o orçamento do programa. Nota técnica divulgada nesta semana, a IFI lembra que 50 milhões já receberam o auxílio emergencial de R$ 600, mas estima que esse número pode chegar a, pelo menos, 80 milhões.

E esse é apenas um cenário razoável. Em uma projeção mais extrema de crise e desemprego, de acordo com a Instituição, o número de elegíveis aos R$ 600 poderia chegar até a 112 milhões — mais da metade da população brasileira —, puxando o orçamento do programa para R$ 217 bilhões.

Avaliação

Segundo o órgão de estudos do Senado, a Dataprev ainda está analisando o cadastro de quase 19 milhões de brasileiros que solicitaram o auxílio emergencial no aplicativo do programa (13 milhões de cadastros que foram, inicialmente, classificados como inconclusivos, e 6 milhões de cadastros realizados depois do dia 30 de abril). E, entre os motivos que podem ampliar o número de elegíveis aos R$ 600, estão: 1º) a possibilidade de muitos brasileiros de baixa renda não terem solicitado o recurso ainda por conta de problemas tecnológicos, como a falta de acesso à internet; e 2º) o fato de que o número de brasileiros que pode se encaixar nos critérios de concessão do auxílio emergencial subir, já que a crise da covid-19 continua pressionando o emprego e a renda da população.

A IFI diz que o “aumento do desemprego elevará o número de elegíveis” e lembra que “a trajetória da taxa de desemprego para os próximos meses ainda é incerta — assim como a duração e a intensidade da desaceleração econômica”. Hoje, a taxa de desemprego está em 12,2% e afeta 12,9 milhões de pessoas. Mas há quem diga que esse percentual pode chegar a 15%, colocando mais três milhões de pessoas na fila do desemprego.

Por isso, a IFI diz que é “razoável” considerar que o número de contemplados pelo benefício emergencial de R$ 600 vai subir de 50 milhões para 79,9 milhões de pessoas, nas próximas semanas. E calcula que isso vai elevar o orçamento do programa, que começou em R$ 98,2 bilhões e já saltou para R$ 123,9 bilhões, para R$ 154,4 bilhões. O aumento forçaria o governo a liberar, portanto, mais R$ 30,5 bilhões de crédito extraordinário para o auxílio emergencial.


Promessa de analisar cadastro de 17 milhões

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, prometeu que o governo concluiria ontem a análise cadastral de 17 milhões de brasileiros que solicitaram o auxílio emergencial e ainda não sabem se terão direito aos R$ 600. A expectativa é deque quem tiver o cadastro aprovado nesse grupo receba o dinheiro até a próxima segunda-feira (11/05). Nada menos que cerca de 19 milhões de pessoas que recorreram ao aplicativo e ao site da Caixa para solicitar a ajuda financeira ainda não sabem se podem contar com o recurso. Neste grupo, estão os 13 milhões de brasileiros que solicitaram o benefício assim que o programa foi lançado, mas tiveram a inscrição classificada como inconclusiva pelo governo.

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