BALANÇO

Mil dias de Governo Bolsonaro: aceno para a economia diante de pandemia

Presidente também falou sobre corrupção, que segundo ele diminuiu durante gestão

Na cidade de São Pedro dos Crentes, com uma maior vantagem, ao fim da apuração, Jair Bolsonaro, do PL, teve 58,61% dos votos para a Presidência. (Foto: Reprodução)

Preocupado com as próximas eleições, o presidente Jair Bolsonaro fez um aceno à economia, durante as comemorações de mil dias no governo. O mandatário recebeu ministros, parlamentares e autoridades no Palácio do Planalto para um evento de divulgação de seus feitos na política, na manhã desta segunda-feira (27/9).

Com a popularidade despencando, o presidente acredita que este é o momento da virada para garantir a reeleição em 2022. A estratégia do Executivo é ressaltar que a economia brasileira se sobressaiu, mesmo diante da pandemia.

O presidente afirmou que não trocará Paulo Guedes e que não vai interferir na política de preços da Petrobras. Em discurso, Bolsonaro também tentou se desvincular de outros problemas do governo como a crise hídrica, a alta da inflação e do preço dos combustíveis. “Se trocar o Paulo Guedes, tem que trocar por alguém com a política diferente da dele. Senão, é ‘trocar seis por meia dúzia’”, disse.

Bolsonaro também tentou se contrapor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que hoje se desenha como o principal adversário de Bolsonaro em 2022 — e afirmou que a corrupção diminuiu durante o tempo em que está à frente da gestão do Brasil. “Eu fora de combate, o que sobra? É isso que queremos para a nossa pátria?”, disse.

Jair Bolsonaro ainda criticou o passaporte sanitário adotado por alguns países para evitar a propagação do novo coronavírus e tentou implantar a ideia de que, talvez, um novo governo possa caminhar para o governo socialista. No entanto, o Brasil nunca viveu esse tipo de regime.

“Se a facada fosse decisiva, é só imaginar quem estaria no meu lugar, o seu perfil e seu alinhamento. Onde nós estaríamos agora? O futuro do nosso Brasil é decidido por quem vocês um dia colocam para pilotar esse grande país. Estamos acompanhando esses debate antecipados de 2022”, disse.

“Não pensem que o que aconteceu certos países não pode acontecer com o Brasil. Quem diria nos anos 90 que a nossa riquíssima Venezuela chegasse a essa situação de hoje em dia?”, disse, tentando comparar os governos anteriores com o atual.

Vacina

Jair Bolsonaro tenta se justificar em relação à pandemia de covid-19. O Congresso Nacional analisa que presidente deva fazer uma autocrítica em relação à gestão da crise sanitária no Brasil; reconhecer que houve um atraso na compra de vacina; e uma campanha massiva em relação à importância da imunização e combate às fake news.

No entanto, para o mandatário, sua gestão tem sido eficiente no enfrentamento ao novo coronavírus. “Não estou contra a vacina. Mas nós respeitamos a liberdade. Por mais que me acusam atos antidemocráticos, ninguém, mais do que eu, respeita o direito de liberdade de outros. A vacina não pode ser obrigatória. Ainda há uma grande incógnita, um prato feito para a imprensa dizer que eu sou negacionista”, disse, rechaçando a possibilidade de implementar mais medidas sanitárias de combate à covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro se preparou viajar o Brasil nesta semana a fim de comemorar os mil dias de seu governo. O objetivo é atrair todas as atenções possíveis para os feitos de sua administração por meio da entrega de obras, muitas delas iniciadas em governos anteriores.

O presidente terá de dividir os holofotes com o Congresso, onde projetos de interesse do Palácio do Planalto fazem muito ruído, e com o Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se o chefe do Executivo deverá depor, por escrito ou presencialmente, no processo em que é investigado por suposta interferência indevida na Polícia Federal.

No próximo sábado (2/10), está marcada mais uma manifestação contra o governo, que deve reunir representantes da direita e da esquerda.

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