A 15 MESES DA ELEIÇÃO

Nem modelo de voto está definido para 2021

Faltam 15 meses para as eleições de 2022 e ninguém sabe como será a disputa da Presidência, governos estaduais e do Congresso Nacional.

© Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Faltam 15 meses para as eleições de 2022 e ninguém sabe como será a disputa da Presidência, governos estaduais e do Congresso Nacional. Nem o modelo de votaçã, os eleitores têm ideia de como será, se pelo voto proporcional, sistema distrital misto, ou o desconhecido distritão.

Em parecer sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma eleitoral, a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora do texto, propôs a adoção do chamado “distritão” como novo sistema eleitoral para 2.022.

O modelo “distritão” é considerado por especialistas como o ‘pior possível’, por favorecer candidatos ricos e celebridades, além de enfraquecer os partidos em geral e ameaçar de extinção os nanicos. Proposta ainda tem de ser votada na Câmara e no Senado. Por se tratar de uma proposta que modifica a Constituição, a PEC necessita, para ser aprovada, de três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49). Não sem motivo, o distritão já foi votado e rejeitado duas vezes pelo plenário da Câmara dos Deputados, em 2015 e em 2017. Pelo distritão, são eleitos os candidatos mais votados individualmente, desconsiderando-se os votos nas siglas.

Como não se sabe nem como votar em 2022, pior ainda é a indefinição dos interessados na disputa presidencial e dos Estados.

No Maranhão tem mais fake news e especulações interesseiras do que quem realmente vai concorrer à sucessão do governador Flávio Dino. Ele, que lidera o único grupo político mais consolidado no Estado, apenas definiu que disputará o Senado e deixou para novembro tomar uma posição sobre o nome que apoiará para o governo. Com isso, Dino ganha tempo para tentar construir uma candidatura de consenso ao Palácio dos Leões entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador líder do PDT, Weverton Rocha.

Convivência sem atritos

Os dois têm uma convivência, até agora harmoniosa, mas com a redução do tempo que os separa da eleição, tudo pode mudar. São pré-candidatos que conversam, fazem reunião em Palácio com Flávio Dino, se encontram em suas andanças pelo interior, mas nenhum sinal de um deles possa desistir da disputa, em favor do outro.

De quebra, tem o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior que ingressou no PSD, comandado no Estado pelo deputado federal Edilázio Júnior, adversário político de Flávio Dino – por sua vez, forte opositor do presidente Jair Bolsonaro, que tenta se filiar a um partido que possa chamar de seu. O PP é o mais provável hoje.

No meio da eleição de governador se movimentam os três senadores – Eliziane Gama (Cidadania), Weverton Rocha e Roberto Rocha (sem partido). Todos eles, exceto Eliziane, incluindo os deputados estaduais e federais estão em pré-campanha. Mas nenhum fala no imbróglio do sistema de votação que inclui a obsessão do presidente Jair Bolsonaro pelo voto impresso, que ele prefere chamar de “voto auditável”. A PEC desse modelo está na Câmara com o relator Felipe Barros, deputado bolsonarista.

Ele diz que vai chegar a um “texto palatável”, diante da resistência no Congresso e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A votação no Congresso foi marcada para o dia 5 de agosto.Campo minado

Diante desse ambiente de incerteza até sobre o prolongamento da crise do coronavírus e seus impactos na política, no Maranhão ninguém sabe se o grupo de Flávio Dino vai se manter unido. Qual será o desfecho da disputa interna entre Carlos Brandão e Weverton Rocha. E se o ex-prefeito Edivaldo Júnior vai mesmo para a aventura de concorrer ao governo, assim como a ex-governador Roseana Sarney.

Ela, na direção do MDB regional, tem sido pressionada para disputar o Palácio dos Leões, mas quem está por perto não percebe nenhuma disposição da filha de Sarney para uma aventura tão arriscada.

Como Edivaldo Holanda Júnior, Roseana Sarney, Josimar do Maranhãozinho e Roberto Rocha não dizem com clareza a que mandato irão concorrer, sobra espaço para especulações, futricas e posições de apoio que, hoje, tem tanta consistência amanhã, quanto uma barra de elo exposta ao sol. Basta verificar que a maioria dos mesmos deputados federais que estão na base de Flávio Dino, na Câmara, são fieis seguidores do Centrão que chegou para dentro do governo Bolsonaro, ocupando a Casa Civil, com Ciro Nogueira, e pode avançar mais. Num roteiro em que tudo é marcado pela incerteza, até o presidente Jair Bolsonaro, sentido a popularidade em queda e o avanço do opositor Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, ontem ele declarou que pode nem concorrer à reeleição em 2022.

“Eu tenho que ter um partido político. Não sei se vou disputar as eleições do ano que vem. Devo disputar, não posso garantir. Temos conversado com vários partidos, entre eles o Partido Progressista, ao qual integrei por aproximadamente 20 anos ao longo de 28 que eu fui deputado federal”, disse ele à rádio Mundial, da Bahia.

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