EM ENTREVISTA

”Prefiro Huck em eleição do que Guedes agredindo domésticas”, diz Flávio Dino

Em declaração polêmica, Paulo Guedes disse que o aumento do dólar era bom, pois havia empregada doméstica indo para Disney e realizando uma festa danada

Foto: Reprodução

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que prefere ver o apresentador Luciano Huck fazendo discursos e campanha em 2022 do que presenciar o ministro da Economia, Paulo Guedes, “agredindo” as domésticas, referindo-se à fala do chefe da equipe econômica, que ao justificar o aumento do dólar nesta quarta-feira (12), disse que era bom, pois a categoria estava indo para “Disney e realizando uma festa danada”. As declarações de Flávio Dino foram dadas durante entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. 

“Eu vejo que o Luciano Huck tem apresentado hoje um discurso na perspectiva social democrática, defesa de medidas contra a desigualdade, de um sistema tributário mais justo. Eu prefiro ele fazendo esse discurso do que agredindo as empregadas domésticas”, pontuou. “Então, eu acho que o papel dele é altamente positivo para nossa democracia e, recentemente, achei muito bom a intervenção que ele fez no Fórum Econômico Mundial, em Davos, neste ano”, disse, destacando que, no momento, não há um apoio da esquerda com o apresentador, mas não descartou essa possibilidade em um eventual segundo turno.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também entrou pauta do programa. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro disse que zeraria os tributos federais que incidem sobre os combustíveis caso os governadores dos estados realizassem o mesmo com o ICMS que também é aplicado ao setor. “Eu zero o federal hoje, se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora”, afirmou o presidente. O imposto é um dos que mais geram arrecadação em cada unidade da Federação. No estado de São Paulo, por exemplo, corresponde por 84% de tudo que o recolhe por vias próprias. O discurso de Bolsonaro deixou diversos governadores revoltados

“Na verdade, não há uma proposta do presidente da República. Não há estudo técnico do governo, não há essa proposta formalizada em lugar algum e nós estamos aguardando. Se o Bolsonaro acha que deve reduzir impostos e nós concordamos, é preciso que o governo federal formalize isso ao Congresso mediante a reforma tributária. Eu sou daqueles que defendem que o ICMS não deve existir. Agora é preciso fazer isso de modo sistêmico, sério e responsável. E, em contrapartida, tributar sobre altas rendas, lucros e dividendos, aqueles que ganham milhões de reais e que não são tributados hoje para compensar”, afirmou o governador do Maranhão. 

Dino, ex-juiz federal e ex-presidente da Embratur, ressaltou que é preciso reunir forças para evitar uma possível vitória de Bolsonaro e da “extrema direita” em 2022, como assim definiu. Em sua avaliação, caso não haja essa harmonia, o atual presidente vence com folga. “Não tenho nada contra ele, eu só acho que é um caminho errado para o Brasil e para os brasileiros”, afirmou.

Perguntado sobre como reduzir a desigualdade no Brasil, que de acordo com o IBGE, em 2018, 13,5 milhões de pessoas viviam no Brasil com uma renda até R$ 145 por mês, o governador pontuou que precisa haver cooperação entre os governos. “Políticas públicas são caminhos determinantes para que você consiga reduzir a desigualdade. A elevação de renda depende da retomada do crescimento. Nós estamos lutando por isso e eu sou daqueles que remam a favor do Brasil, para que a economia volte a crescer e a gerar empregos. Agora é preciso que os governos, inclusive o federal, façam sua parte”, anunciou.

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