ICMS DOS COMBUSTÍVEIS

Flávio Dino: reduzir imposto depende de Guedes

Em entrevista em Brasília, o governador Flávio Dino fez questão de ressaltar que está aberto ao diálogo sobre o assunto e que a retirada do tributo sobre combustíveis

Governador Flávio Dino - Foto: Reprodução

O governador Flávio Dino (PCdoB) participou, nesta quinta-feira (13), ao vivo, na TV Brasília com a jornalista Glauce Guimarães e com os jornalistas Denise Rothemburg e Carlos Alexandre do Correio Brasiliense.

Durante a sua participação no programa “C.B Poder”, Flávio Dino foi questionado sobre a proposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que desafiou os governadores a “zerar” o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis e, caso os governadores o fizessem, ele faria o mesmo com os tributos também aplicado ao setor. Dino respondeu categoricamente que não há uma proposta real sobre o assunto, acrescentando que tudo não passou de uma provocação como disse o ministro Paulo Guedes. “Eufemisticamente parece que foi isso mesmo. Não há estudo técnico do governo, não há essa proposta formalizada em lugar nenhum. Nós estamos aguardando. Se o presidente da República acha que deve reduzir impostos e nós concordamos, é preciso que o governo federal formalize isso ao Congresso mediante a Reforma Tributária para que a gente possa quem sabe extinguir o ICMS”, disse Flávio Dino.

O governador afirmou que é um dos defensores que o ICMS não deve existir, ponderando que isso tem que ser feito de forma sistemática e de modo sério, para que os governos estaduais tenham a redução da carga tributária de consumo não só de combustíveis como de todos os produtos, havendo tributação sobre os lucros de dividendos, sobre aqueles que ganham milhões de reais e que não são tributados hoje. “Estamos esperando que essa proposta do presidente da república vá além da provocação retórica e vá para a prática”, ressaltou Dino.

Sobre o diálogo dos governadores com Bolsonaro, Flávio Dino, afirmou que fica difícil identificar com quem o presidente consegue estabelecer uma relação, pois em sua visão, ele é muito sectário e que Bolsonaro ainda não fortaleceu o que Dino chama de “lealdade federativa”, ou seja, o presidente faz questão de não estabelecer ma relação mais próxima com os governadores.

Sobre o desafio de concorrer à presidência da república nas eleições de 2022, Flávio Dino, que apareceu na pesquisa do Atlas político com 13% em 3º lugar, atrás do apresentador Luciano Huck e do presidente Jair Bolsonaro, foi cauteloso afirmando que é cedo, e que o importante, neste momento, é participar do debate nacional ajudando o campo político. “São vários cenários possíveis. Nós temos uma liderança indiscutível no nosso campo, que é o ex-presidente Lula que tem pré-eminência nas pesquisas e ocupa um lugar de destaque”, afirmando aos jornalistas que ele pontua bem no cenário que Lula não está presente explicando que é difícil prognosticar um cenário.

De olho em 2020, 
mas pensando em 2022

Dino acrescentou que o importante é construir uma união ampla, pois se a esquerda repetir o cenário de 2018 é fácil também saber qual vai ser o resultado. “É preciso ter uma união ampla que sustente uma candidatura, que represente o nosso programa e, com isso, possa no futuro vencer as eleições. Acho plenamente factível ter procurado ajudar, inclusive com diálogos em outros campos pensando já em segundo turno nas eleições municipais. O que a gente não pode deixar é o bolsonarismo e o extremismos de direita crescer, porque isso é muito ruim para a democracia brasileira e para o Brasil”, disse Dino.

O governador ponderou ao ser questionado se seria vice de Huck em 2022. Dino disse que ainda é muito cedo. “Não há nesse momento esse cenário, porque isso pressupõe que a esquerda brasileira resolva apoia-lo, e eu particularmente neste momento muito difícil. Estou falando claro de 1º turno. O 2º turno você tem que unir forças. Porque se todo mundo se unir com Bolsonaro ele ganha de novo. E eu repito que eu não tenho nada pessoal contra ele. Eu só acho um caminho errado para o Brasil”, disse o governador afirmando que se Huck pensa em um Brasil mais democrático onde se respeita os profissionais, a cultura, quem pensa diferente e dialoga e respeita as empresas brasileiras como ele [Huck] está dizendo isso é muito bom.

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