ELEIÇÕES 2020

Roseana deixa mais dúvida do que certeza sobre candidatura

Mesmo que sua eventual candidatura à prefeitura de São Luís, a priori não signifique tanta polêmica

(Foto: Divulgação)

Roseana Sarney tem o jeito próprio de fazer política e de se expressar sobre temas pessoais, como os relativos à eleição, por exemplo. Mesmo com tanta vivência política, desde berço, ela, porém, não gosta de dizer claramente o que pensa a respeito de temas controverso. Mesmo que sua eventual candidatura à prefeitura de São Luís, a priori não signifique tanta polêmica, a não ser dentro da família Sarney ou no partido MDB que, por incrível que pareça, depois de tantos anos mandando no Maranhão, hoje só conta com Roseana para disputar a eleição de capital, com alguma chance de ser páreo duro.

Mas a ex-governadora, ao expor suas duvidas se topa ou não o projeto de concorrer à nova eleição para cargo executivo, deixa claro uma estratégia política de ação. Roseana prefere deixar em suspense uma decisão que terá de tomar lá na frente, enquanto aguarda resultados de pesquisa e reação do eleitorado. Em 2014 ela passou o ano todo sem dizer se renunciaria o mandato para então secretário da Casa Civil, Luís Fernando assumir e depois se tornar candidato a governador, com a força da máquina.

No fim, ela acabou deixando apenas escassos 20 dias para o deputado Arnaldo Melo terminar o seu último de quatro mandatos, enquanto a candidatura de Luís Fernando foi diretamente para o brejo, obrigando o grupo Sarney ocupar o espaço com Lobão Filho, contra Flávio Dino (PCdoB), que levou no primeiro turno. Foi o pior momento para a história de domínio do grupo Sarney no Maranhão, pois o chefe o clã José Sarney também terminou a sua longa temporada no Senado.

 
Estilo ‘murista’
Agora, em 2019, faltando 10 meses para a eleição municipal, Roseana ainda responde com evasivas sobre sua candidatura à prefeitura de São Luís, pelo MDB. É o estilo duvidoso: Talvez, vamos ver, quem sabe, vou dar um tempo, não prometo nada. Mais adiante, quem sabe. Anteontem, ao participar de um encontro estadual da Juventude do MDB na Assembleia Legislativa, Roseana foi perguntada sobre o lançamento de seu nome, pelo deputado Roberto Costa à sucessão de Edivaldo Júnior, em 2020: “Não descarto. Não aprovo, nem desaprovo. Vamos ver”, disse, reticente, depois de ouvir do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, palavra de apoio à indicação.

Como há muito tempo a ex-governadora não aparecia em nenhum evento político, sua presença na reunião emedebista já sinaliza um gesto de empolgação – por coincidência, poucos dias depois de Roberto Costa lançá-la como candidata. Também não se pode ignorar que a “indecisão” de Roseana coincide ainda com a entrada festiva do deputado federal Eduardo Braide no Podemos, já como candidato oficial a prefeito de São Luís, empinada pela direção nacional da legenda. Braide, que hoje lidera as pesquisas, tem o eleitorado centrado no mesmo universo em que o sarneísmo se projeta a cada eleição.

Deu uma sapateada
Perguntado se Roseana sairia da reunião de ontem como candidata à prefeitura de São Luís, o ex-senador João Alberto, presidente regional do MDB e figura de proa do sarneísmo, não titubeou: “Rapaz, ela deu uma sapateada. Ficou bastante animada”. Significa que gostou de ver o seu nome lançada pelos seus seguidores mais próximos, como Roberto Costa e incentivada pelo próprio João Alberto. Quando Roseana diz para seu público que nem aprova nem desaprova a sua pré-candidatura, ela está avisando a opositores e apoiadores que tem simpatia pela ideia e precisa refletir mais, até 2020, que está logo ali adiante.

Roseana Sarney lembrou-se do sobrinho Adriano Sarney (PV), como pré-candidato à prefeitura de São Luís, destacando suas qualidades para assumir a missão em nome dos Sarney. Afinal, ele é hoje o único membro da família no exercício de um mandato parlamentar. Pode ser um problema para Roseana, ou uma solução. O problema seria ele não desistir e apoiar a tia ser candidata. A solução se daria o contrário: Roseana não topar a proposta de Roberto Costa e abraçar a candidatura do sobrinho Adriano.

Sobre o parente, Roseana não poupou elogios: “O PV tem um sobrinho meu que é uma pessoa superpreparada. É um deputado estadual, que eu acho que tem todas as condições também de ser prefeito de São Luís, então essa é uma questão que depois a gente vai conversar”, completou. Vale destacar que em outros tempos, o grupo Sarney jamais conseguiu eleger um único prefeito de São Luís desde sua primeira eleição direta, em 1965, ganha por Epitácio Cafeteira.

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