MEIO AMBIENTE

Além dos Lençóis, Chapada das Mesas também está na mira da privatização

O Parque Nacional da Chapada das Mesas, no interior do Maranhão, é um dos próximos a serem concedidos à iniciativa privada, segundo o governo federal

Portal da Chapada das Mesas. Foto: Reprodução

Além dos Lençóis Maranhenses, o Parque Nacional Chapada das Mesas, em Carolina, no interior do Maranhão, também está nos planos de privatização do Governo Federal. A informação foi dada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na última quinta-feira (4), ao anúnciar o lançamento do edital do primeiro “pacote” de unidades de conservação que deverão ser concedidas à iniciativa privada.

Leia também: Ministro do Meio Ambiente defende privatização dos Lençóis

O primeiro edital de manifestação de interesse deverá ser lançado em outubro. Nele, o intuito é de que quatro parques do Rio Grande do Sul sejam concedidos ao mesmo proprietário. Este documento ‘piloto’ servirá de modelo para o plano seguinte, de entregar à iniciativa privada os Lençóis Maranhenses e Chapada das Mesas (Maranhão), Jericoacoara (Ceará) e Chapada dos Guimarães (Mato Grosso).

Parque dos Lençóis Maranhenses. Foto: Reprodução

O objetivo do governo é privatizar, no total, até 20 unidades de conservação do país. Em abril deste ano, durante visita ao estado, o ministro já havia manifestado este interesse em relação ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

“O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses vale muito a visita. Se concedido ao setor privado então, se tornará um dos principais destinos de ecoturismo do mundo. Vamos em frente!”, escreveu em suas redes sociais.

Conservação não é prioridade

Salles disparou que as unidades de conservação “não estão entre as prioridades de destinação de recursos” do governo federal, “por mais valor” que tenham. Segundo ele, as concessões são uma resposta à restrição orçamentária, e que a prioridade do ministério é aumentar a possibilidade de arrecadação das empresas nos parques.

“Quanto mais possibilidade de faturamento, melhor”, disse Salles, em evento do Instituto Semeia, em São Paulo, organizado para discutir oportunidades de investimento em parques no Brasil. “Você (governo) abre a manifestação de interesse e recebe as propostas. Você dá as linhas gerais, aí você estabelece um mínimo que o operador tem de fazer. O máximo é ele que decide. Se ele quiser fazer mais coisas (no parque), ele pode.”

A privatização deverá alterar os planos de manejo florestal, que definem a área de cada unidade que poderá ou não serem usados pelas empresas. O ministro informa que o processo de revisão deste zoneamento para as quatro primeiras unidades do RS já está em andamento.

O governo também tem a intenção de permitir que os termos da concessão possam ser modificados com o passar do tempo, para que a empresa explore novas atividades se vir potencial na área.

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