MUDANÇA

Luís Fernando deixa Prefeitura de Ribamar e vira secretário estadual

Prefeito de São José de Ribamar renuncia ao cargo e assume Secretaria de Programas Estratégicos do Governo do Maranhão nesta sexta-feira (15)

Reprodução

Na semana em que o governo Flávio Dino entra na “parte operacional” pós-reforma administrativa, com mudanças em 12 posições no primeiro escalão, ele mesmo anunciou o que pode ser o encerramento da montagem do que mais parece um quebra-cabeça. Ele confirmou o que as mídias há semanas vinham gastando espaço em informações não oficiais sobre a renúncia do prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando Silva, para assumir, nesta sexta-feira (15), a Secretaria de Programas Estratégicos do governo estadual.

Conforme O Imparcial antecipado na semana passada, Flávio Dino usou a mesma rede social Twitter, para confirmar talvez a última mudança da presente temporada de ampla reforma administrativa e política. O suplente de deputado federal, Simplício Araújo (SD), que assumiu na Câmara, a vaga do deputado Rubens Júnior (PCdoB), hoje secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano, voltará, 6ª feira, à Secretaria de Indústria e Comércio, cargo que ocupou nos últimos quatro anos.

Com Luís Fernando na equipe, Flávio Dino coloca na Câmara o 3º suplente, Gastão Vieira (PROS), que passará a fazer, também, o papel de articulador na Esplanada dos Ministérios. Onde ele já despachou como ministro do turismo de Dilma. Quanto ao prefeito Luís Fernando, ele, finalmente, aceitou o convite que Dino vinha reiterando diretamente e por meio do vice-governador Carlos Brandão. Só agora, com a reforma administrativa, Luís Fernando e Dino acertaram o desfecho de um processo.

Em síntese, é uma repetição do que o prefeito fez em 2010, ao renunciar ao mandato para assumir a Casa Civil do governo Roseana Sarney. Posteriormente, foi transferido para a pasta da Infraestrutura, já como a missão de ser o candidato a governador do grupo Sarney em 2014, contra Flávio Dino. Porém, a engenharia política traçada por Roseana Sarney fracassou no arremate, ela ficou no cargo até 10 de dezembro e renunciou aos 20 dias restantes do mandato, para o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo concluir.

Fora do PSDB

Na quarta-feira (13), Luís Fernando comunicou ao PSDB a sua desfiliação, ficando, por enquanto, sem partido. Aproveitou a manhã para se reunir com os 17 secretários e o vice-prefeito Eudes Sampaio (PTB), que ficará no cargo até 31 de dezembro de 2020. Se desejar, pode concorrer à reeleição em 2020. Eudes já foi secretário da Fazenda no primeiro mandato de Luís Fernando em Ribamar e depois, em 2012, tornou-se vice do prefeito Gil Cutrim, que, no mandato anterior era vice de Luís Fernando e ganhou a reeleição. Hoje, ele é deputado federal do (PDT) e tornou-se inimigo político de Luís Fernando.

População de Ribamar dispara

Na gestão anterior de seis anos, Luís Fernando conseguiu elevar a população do município para o nível técnico que lhe permitiu receber o Fundo de Participação Especial (o dobro), com a redefinição dos limites territoriais dos municípios da Ilha Upaon-Açu. Pelo censo demográfico de 2010, São José de Ribamar tem 163 mil habitantes, mas com a instalação de dois conjuntos do Programa Minha Casa Minha Vida, com 10 mil casas cada (Mirituba e Terra Nova), hoje a projeção disparou para 2010 mil moradores.

Com a crise generalizada no país, a arrecadação de Ribamar despencou em torno de 60% na gestão de Gil Cutrim, enquanto os problemas estruturais se multiplicaram. Os dois conjuntos residenciais e mais várias invasões de terrenos não dispõem de escolas, postos de saúde, estradas de acesso asfaltadas e vários equipamentos comunitários.

A prefeitura ganhou obrigações que não foram compensadas pelo governo federal com a explosão populacional em poucos anos. Mesmo assim tem mantido em dia a folha de funcionários.

Para complicar ainda mais a situação, a Câmara de Vereadores, com 17 cadeiras, apenas sete dão apoio ao prefeito. No fim de 2018, Luís Fernando tentou aprovar um empréstimo de R$ 33 milhões junto à Caixa Econômica, dentro do limite de endividamento do município, mas a Câmara boicotou. Todos esses fatos levaram o prefeito a repensar sua posição de gestor, diante do município e aceitar a proposta de Flávio Dino, renunciando ao cargo amanhã, perante a Câmara municipal.

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