Há 55 anos

31 de março de 1964: lembrar para não esquecer

Ainda que sem um decreto ou portaria para formalizá-la, a data volta ao calendário de comemorações das Forças Armadas após oito anos. Em São Luís, entretanto, na Capitania dos Portos e no 24º BIL, não houve e nem haverá qualquer manifestação em relação à data, segundo as assessorias de comunicação dessas instituições.

55 anos depois…

O filósofo Marco Rodrigues diz que, embora o país tenha retomado a dimensão democrática, diversos problemas permanecem sobressalentes, dentre eles a corrupção. “Por outro lado, ainda parece sobreviver uma espécie de mentalidade atávica que conserva, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, as mesmas razões que motivaram o Golpe de 1964 e que, de modo análogo, em suas devidas proporções é claro, justifica a ascensão do atual governo, bem como a preponderância de todos ecos dos preconceitos diversos que, talvez, tenham sobrevivido por não termos enfrentado, julgado e punido as desumanidades e aberrações cometidas durante o Regime Militar. A diferença é que agora isso tudo “compõe” nossa democracia, instalando-se como um vírus violento e altamente contagioso. Tal mácula se deve, em hipótese, ao processo de anistia que, de certa forma, embora houvesse de fato boas intenções em trazer fim ao autoritarismo e restabelecer a democracia, foi um eufemismo em relação a tudo o que havia de mais bárbaro, varrendo assim para debaixo do tapete. A ‘comissão da verdade’ chegou tarde demais, extemporânea no fim das contas. Mas, como o dia seguinte que se segue ao 31 de março é o 1° de abril, é mister asseverar que em algum instante a mentira saia de cena em suas pernas curtas”.

O Secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, faz uma crítica ao governo vigente a partir do momento em que aponta que a democracia encara novamente o fantasma do autoritarismo. “As medidas arbitrárias e excludentes do Governo Federal nos remetem àquele tempo em que, além da perseguição totalitária, destacou-se uma política econômica desastrosa, a censura à liberdade de expressão e imprensa, a anulação de direitos e o alto índice de corrupção, fato que gerou insatisfação entre os trabalhadores e setores da classe média que estavam vendo o seu poder de aquisição corroído. Hoje, as manifestações que acontecem no país pedindo o retorno do regime militar e a apologia do governo Bolsonaro à tortura, torturadores e ditadores exigem a ampla mobilização da sociedade brasileira em favor dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, da democracia e do estado democrático de direito”, atesta.

 

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