ELEIÇÕES 2018

Saiba quem é Jair Bolsonaro, o 38º presidente do Brasil

O capitão reformado do exército alcançou a maioria dos votos diante do oponente Fernando Haddad (PT)

Reprodução

Declarações – Marcado pelo discurso espontâneo, fez, por exemplo, declarações consideradas ofensivas e discriminatórias contra negros e quilombolas. Em 11 de setembro, o STF julgou Bolsonaro por acusação de racismo — inocentando-o por um placar de 3 a 2 na primeira turma. Publicamente, se opôs às ações afirmativas, como a adoção de cotas étnicas para o ensino superior.

Demonstrou também ser contrário às leis de proteção ao público LGBT. Como deputado, combateu sem trégua, em 2011, quando Fernando Haddad (PT) era ministro da Educação, o que chamou de “kit gay” — um material didático contra homofobia que seria distribuído pelo governo para as escolas públicas.

Bolsonaro sempre se insurgiu ainda contra a proteção que os direitos humanos conferem aos que estão sob custódia do Estado. Já disse ser a favor da pena de morte e contra o Estatuto do Desarmamento. Condena a descriminalização das drogas e quer que o cidadão comum possa se armar, em legítima defesa, contra ação de bandidos. Esse foi o seu principal recado aos eleitores na área de segurança.

Durante a campanha, seu discurso foi se tornando mais moderado. Teve inclusive que enviar carta ao STF para prestigiar a Corte depois que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SL), apareceu em vídeo dizendo que “bastava um cabo e soldado para fechar o STF”. Jair Bolsonaro condenou a violência entre eleitores e conclamou os brasileiros à pacificação.
Atentado

Com apenas oito segundos de propaganda eleitoral, o candidato e seus filhos, que costumam criticar a imprensa, usaram as redes sociais intensamente e terminaram acusados pelos adversários de liderarem a produção de fake news nessas eleições. Denúncia sobre o uso impulsionado de mensagens em aplicativos, supostamente pago por empresários pró-Bolsonaro, está sendo investigada pela Justiça Eleitoral.

Pelas redes, detalharam até o estado de saúde de Bolsonaro quando esteve hospitalizado durante o primeiro turno, alvo de atentado a faca — algo que nunca aconteceu a presidenciáveis em campanha, após a redemocratização no Brasil. Ferido em 6 de setembro quando participava de ato público em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro passou 22 dias internado, recuperando-se de uma hemorragia e de duas cirurgias no intestino.

Ele foi atacado pelo desempregado Adélio Bispo — que hoje é réu por “atentado pessoal por inconformismo político”. Nos últimos dias de campanha, Bolsonaro, que votou com colete à prova de bala e forte esquema de segurança, voltou a dizer que não acredita que Adélio agiu sozinho.
Eleições 2018

Neste pleito, o presidente-eleito declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter um patrimônio total no valor de R$ 2,3 milhões. São cinco casas que somam pouco mais de R$ 1,5 milhão — incluindo o endereço na Praia da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde os apoiadores comemoram a vitória — , três veículos automotores, que, juntos, valem R$ 280 mil, além de aplicações bancárias, caderneta de poupança e ações na bolsa de valores.

Os militares do Exército, como mostrou o Correio, entraram de cabeça na campanha no segundo turno. A torcida dos oficiais da Força ao longo dia de ontem era de que Bolsonaro ganhasse, mas não conseguisse uma maioria esmagadora, a ponto de ganhar uma hegemonia entre a população. “Isso será bom para a democracia, não tenha dúvidas”, disse um oficial.

Bolsonaro assume a Presidência em 1º de janeiro com uma bancada forte, não apenas do PSL, mas também de partidos que inevitavelmente vão aderir ao projeto do Planalto. A questão é que o número de votos do petista Haddad deve mobilizar a oposição a projetos relacionados ao meio ambiente e segurança pública, neste último caso o tão propagado fim do Estatuto do Desarmamento. O estica e puxa no Congresso e a continuidade da polarização deverá ser a tônica do novo governo.

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