POLÍTICA

Pedro Fernandes renuncia cargo de vice-líder do Governo na Câmara

A renúncia é uma tentativa de evitar embaraços após nome do deputado federal ser vetado para o Ministério do Trabalho

Foto: Reprodução

Após a frustração por ter tido o nome vetado para assumir o Ministério do Trabalho, o deputado Pedro Fernandes (PTB) está de volta ao noticiário. Desta vez, para anunciar sua renúncia ao posto de vice-líder do governo na Câmara. A atitude de Fernandes não surpreende, já que se ele não tem condições para ser ministro por fazer parte da base do governador Flávio Dino (PCdoB), não teria também condições de continuar ocupando o cargo em questão. Nesse sentido, o parlamentar maranhense mostrou coerência.

“Diante das circunstâncias e para evitar embaraços do Sr. Presidente Michel Temer com o Sr. Ex-Presidente José Sarney, notifico meu desinteresse de continuar como vice-líder. Por conseguinte, solicito minha destituição”, escreveu Fernandes em ofício encaminhado ao líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Ao ser indicado pelo PTB para comandar o Ministério do Trabalho e ter dito “sim” para o novo desafio, Pedro Fernandes foi preterido pelo governo. E caiu sobre o ex-presidente da República José Sarney (MDB) a responsabilidade por ter feito a “caveira” do parlamentar maranhense ao presidente Michel Temer (MDB).

Na ocasião em que disse que não assumiria mais o Ministério do Trabalho, Pedro Fernandes já havia justificado o ocorrido pelo fato de ele causar certo embaraço “na relação do presidente Temer com o ex-presidente José Sarney”.
Ainda no ofício assinado por Fernandes, ele afirma que sempre acompanhou “as orientações do governo nas votações em plenário e nas comissões permanentes e especiais”. A postura adotada pelo deputado é um sinal de demonstração de que, para ele, é possível apoiar o Governo Temer ao mesmo tempo em que apoiaria o governador Flávio Dino.

O deputado do PTB explicou que a solicitação para deixar a vice-liderança ainda depende de um ato formal do líder do governo na Câmara. Embora ainda esteja à espera da confirmação do líder do governo, Pedro Fernandes afirmou que já se sente ex-vice-líder.

Veto

Questionado sobre o veto ao nome de Pedro Fernandes, José Sarney negou que tenha feito algo que impedisse o deputado federal de assumir o Ministério do Trabalho. Mesmo com a negativa do emedebista, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, confirmou a existência do veto de Sarney.

Roberto Jefferson, inclusive, atribuiu o veto à falta de um diálogo entre Fernandes e Sarney. Sem conversa, nada de ministério. “O presidente Sarney não concorda com o nome. Ele queria conversar, mas o Fernandes não quis conversar com o presidente Sarney sobre o Maranhão. Então deu problema”, disse Roberto Jefferson logo após ser informado de que o deputado maranhense não seria mais empossado.

Depois do veto de Pedro Fernandes, Temer nomeou a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson, condenado no mensalão. Mas a posse dela, prevista para ontem, foi suspensa por decisão liminar da Justiça. A deputada foi condenada em processo trabalhista e enfrenta outros questionamentos por sua relação com assessores.

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