ENTREVISTA

“O PMDB precisa de candidato que mostre musculatura”

Senador afirma que o ideal seria uma candidatura própria para a Prefeitura de São Luís. Mas não descarta qualquer aliança

O presidente regional do PMDB, senador João Alberto disse ontem, em conversa com O Imparcial, que o vereador Fábio Câmara, até provar em contrário, é o candidato a prefeito de São Luís. Mas ressaltou, porém, que não é questão fechada. Deixa em aberto a possibilidade de aliança até a convenção, no dia 4, já que Câmara enfrenta dificuldade de unir e empolgar as correntes do Partido. “É um desafio que ele ainda não conseguiu ultrapassar”.
João Alberto entende que a eleição de São Luís será ganha na televisão, no rádio, nas redes sociais e não nas ruas. Acha que o universo de indecisos ainda é muito grande, o mesmo entendimento de Roseana Sarney, exposto na reunião com Fábio Câmara anteontem. Avalia o fato de nenhum candidato a prefeito da capital ter conseguido chegar a 25% nas pesquisas, o que aponta para um cenário futuro totalmente diferente do que se vê hoje.
A reunião de segunda-feira foi na casa do próprio João Alberto, em São Luís. A ex-governadora Roseana Sarney compareceu para debater o tema central: passar a limpo o projeto de candidatura própria ou a possibilidade de aliança – sem fazer referência um e com qual partido. Estavam presentes também o deputado federal João Marcelo, o presidente em exercício do PMDB regional, Remi Ribeiro e a ex-secretária Ana Graziela.
Ontem, no começo da noite, obviamente, depois desta entrevista com João Alberto, Eliziane Gama esteve reunida com ele, na sede do PMDB. Foi pedir apoio do partido a sua candidatura tanto no primeiro quanto no segundo turno. Disse que não é apoiada por Flávio Dino e que ele trabalha contra a sua candidatura mesmo sem dizer isso. João Alberto deixou a decisão para depois. Se até o dia 4 não oficializar Fábio Câmara, pode voltar a conversar sobre aliança com Eliziane.
Senador, qual a posição do PMDB sobre a eleição de São Luís e a candidatura do vereador Fábio Câmara à prefeitura?
Acho que tem que ter candidato próprio, mas não será apenas para dizer que tem candidato. O nome precisa mostrar que terá musculatura política, capacidade de unir as correntes, empolgar o eleitorado e difundir as ideais do PMDB para a população.
Na hipótese de Fábio Câmara não decolar nas pesquisas, existe opção de aliança?
Olha, todos os candidatos a prefeito já nos procuraram, propondo coligação. Edivaldo Holanda, Eliziane já veio aqui mais de uma vez, Wellington do Curso também, Eduardo Braide, até o Bentiv nos procurou. Mesmo assim, uma corrente muito forte no PMDB acha que devemos ter candidato, mas ainda vamos analisar todos os cenários antes de decidir.
O que falta a Fábio Câmara para ser o candidato?
A primeira coisa é unir o partido, mas não conseguiu isso. Ele argumentou, na reunião com Roseana, que o partido não lhe dá apoio e só olha as pesquisas. Mas o PMDB, segundo sua opinião, precisa mostrar sua força em São Luís, com um candidato a prefeito, que ajude a eleger também vereadores.
E essa história de decisão do partido pela coligação com o deputado Wellington do Curso é verdade?
Em nenhum momento da reunião se disse para onde o partido deve ir. Se terá candidato ou fará coligação, essa decisão só sairá em nova reunião no dia 30.
Qual a posição de Roseana nessa questão peemedebista de São Luís?
Ela colocou, claramente, que Fábio Câmara, a essas alturas, já deveria estar com dois dígitos nas pesquisas, mas ainda permanece ao redor dos 3%. Mesmo assim, achamos que há um universo imenso de eleitores indecisos. Quando se fala apenas em votação, os indecisos chegam a 60%, percentual que cai para 20% quando se pergunta, estimulando o eleitor com nomes dos candidatos.
Como fazer então para atrair os indecisos?
Olha, essa eleição de 2016 será decidida na TV, no rádio, nos debates e nas redes sociais. Só para se ter uma ideia, dos três candidatos que lideram as intenções de voto nas pesquisas de São Luís, nenhum chegou a 25%. É muito pouco. No interior, em vários municípios, os preferidos já ultrapassam a 35%.
Quer dizer então que os dados revelados hoje, na campanha, não significam muita coisa no seu entendimento?
Muito pouco. Apenas indicam rumo. Nada mais. Até porque alguns desses candidatos que apareceram não têm tempo de TV. O Eduardo Braide tem em torno de 48 segundos. O tempo de Eliziane e do Welington também é diminuto. O maior é do Edivaldo Júnior, que já soma mais de 15 partidos e uns três minutos e meio de TV. O PMDB sozinho tem 1m60s.
Enquanto, o PMDB só discutiu as situações e nada foi decidido?
Vários cenários foram analisados, mas nenhuma decisão foi tomada. Esta será uma eleição difícil, complexa e sem recursos disponíveis. Falta muita coisa a ser acertada.
Pelo que o senhor conhece de Roseana, acha que ela está falando sozinha ou em nome da família Sarney?
Ela tem muita intuição e também ilação. Acredito que antes de marca a reunião, deve ter falado com Zequinha (Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente), Fernando e o Sarney (ex-presidente José Sarney).
O senhor acha que Roseana já se planeja para as eleições de 2018?
Penso que ela será candidata a governadora, não ao Senado. Mas ela não fala isso para ninguém. Deixa sempre no ar o que pensa, mas ela é a maior força política do PMDB no Maranhão. Porém, isso fica para depois.
E o senhor vai disputar novo mandato no Senado em 2018?
Não. Senado não quero mais. Se puder serei candidato a governador. Até Roseana já comentou sobre isso, mas apenas em conversa. Ela é que tem a primazia de disputar o governo no grupo.
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