POLÍTICA

Michel Temer pode demitir advogado-geral da União após deslizes

Se a demissão for consumada, Medina Osório será o terceiro ministro a ser exonerado com menos de um mês de governo

Indicação política do atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o Advogado-Geral da União, Fábio Medina Osório, pode ser o próximo integrante do primeiro escalão a deixar o governo interino de Michel Temer. O presidente em exercício está insatisfeito com algumas condutas do AGU. Além de ter assegurado ao presidente em exercício de que não haveria riscos na decisão de exonerar Ricardo Melo da presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro ainda teria dado uma carteirada, na semana passada, para assegurar a presença em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para Curitiba.
Se a demissão for consumada, Medina Osório será o terceiro ministro a ser exonerado com menos de um mês de governo. Nas últimas duas segundas-feiras, saíram o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, e da Transparência, Fabiano Silveira. Temer teria ficado bastante insatisfeito na última semana com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que devolveu o comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ao jornalista Ricardo Melo, representando uma derrota ao Planalto. Para Temer, Medina Osório não atuou como deveria, porque havia garantido que não perderia a causa.
 
Uma das primeiras decisões que Temer tomou quando assumiu o governo interino foi trocar a chefia da estatal e colocar Laerte Rimoli no comando. A troca ocorreu porque Temer avaliou que a empresa estava atrelada ao governo anterior. Melo, então, judicializou a questão, alegando que o mandato de diretor-presidente da EBC é de quatro anos, não coincidentes com os do presidente da República e obteve a liminar. “A batata dele (Medina) está assando”, disse um assessor.
 
Outro motivo que teria irritado Temer também ocorreu semana passada. Em uma viagem que fez a Curitiba, no primeiro dia de junho, para acompanhar as investigações da Operação Lava-Jato, a Aeronáutica teria se recusado inicialmente a autorizar a viagem de Medina. O advogado, então, teria afirmado que é ministro e por isso, deveria viajar, já que, legalmente, Temer não tirou o status de ministro do titular da AGU, segundo Medina tem afirmado.
 
Medina Osório nega a interlocutores ter tido qualquer tipo de estranhamento com a Aeronáutica e que a liminar de Toffoli tenha gerado mal-estar interno. Ele tem alegado que são boatos as notícias de sua demissão. O ministro, que teve como uma das primeiras ações a abertura de uma sindicância por improbidade administrativa contra seu antecessor, José Eduardo Cardozo, não demonstra a intenção de apresentar o pedido de demissão.
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