LAVA JATO

Sarney lamenta divulgação de conversa com Sérgio Machado

Ex-presidente prometeu ajuda para que caso do ex-presidente da Transpetro não chegasse ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba

Reportagem publicada hoje à tarde no site do jornal Folha de São Paulo diz que o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) prometeu ajudar o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que é citado na Operação Lava Jato. Segundo o jornal, Sarney diz que poderia ajudá-lo a evitar a transferência do seu caso para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, mas a ajuda seria “sem meter advogado no meio”.
O diálogo foi gravado por Machado em março passado. Segundo a reportagem, Sarney teria manifestado preocupação sobre eventual acordo de delação premiada a ser fechado pelo ex-presidente da Transpetro, que é uma subsidiária da Petrobras.
Na conversa, conforme o jornal, Sarney teria afirmado que concordava com a tentativa de impedir que o caso de Machado fosse enviado para Curitiba. “Mas nós temos é que conseguir isso [evitar que o caso vá para o juiz federal Sérgio Moro]. Sem meter advogado no meio”, disse o ex-presidente.
Em nota, o ex-presidente Sarney disse lamentar que “conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”. O ex-presidente também disse que conhece o ex-senador Sérgio Machado “há muitos anos”. “Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento”, afirmou.
“As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, muitas vezes procurei dizer palavras que, em seu momento de aflição e nervosismo, levantassem sua confiança e a esperança de superar as acusações que enfrentava”, acrescentou Sarney.
Odebrecht
Nas conversas gravadas por Machado e divulgadas pelo jornal, o ex-presidente também afirma que uma eventual delação premiada por parte de executivos da empreiteira Odebrecht é “uma metralhadora de [calibre] ponto 100”.
Em março, o grupo Odebrecht anunciou que, além de um acordo de leniência já em curso com a Controladoria Geral da União (CGU), todos os executivos da empreiteira concordaram em fazer acordos de delação premiada – o que, em nota, a empresa chamou de “colaboração definitiva”, sem dar mais detalhes.
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