TROCA-TROCA

Reviravolta no PSB coloca Roberto Rocha Júnior na presidência da comissão

Executiva estadual do partido nomeia José Reinaldo para presidente da comissão provisória e a nacional anula decisão, colocando Rocha Júnior em seu lugar

Não durou nem 24 horas a decisão da executiva estadual do PSB em colocar o deputado federal José Reinaldo Tavares como novo presidente da comissão provisória em São Luís. O presidente nacional do partido anulou a mudança feita na noite de segunda-feira, dia 23, e colocou o vereador Roberto Rocha Júnior como novo presidente. A nova troca deve criar mais instabilidade no momento crítico pessebista ludovicense.
José Reinaldo

A decisão de trocar Tavares por Rocha Júnior foi informada através de nota emitida assessoria da presidência da direção nacional do PSB. Segundo a nota, Siqueira considerou “inaceitável” a decisão do presidente do diretório estadual, Luciano Leitoa, de destituir o senador Roberto Rocha da direção municipal na capital.

A comissão também será integrada por Estevão Assunção Aragão (vice-presidente), Aldo Rogério Ribeiro Ferreira (secretário-geral), Hilton César Pinheiro da Silva (finanças), Thiago Gonçalves de Sousa (primeiro-secretário), Suely Alves Moura (comunicação) e Alexandre Matos Soares (mobilização).
Lambança total
A decisão nacional acontece no momento em que a briga pelo poder envolve todos os grandes caciques da legenda. Não aceitando a postura impositiva de Roberto Rocha ao anular debate marcado para o último sábado, a direção estadual do PSB, baseada nos parágrafos base nos § 2º, 3º 4º do art. 23 do estatuto da legenda, decidiu o afastar da função de presidente da comissão provisória. Segundo a direção, ‘o partido enfrenta um quadro de grave instabilidade’.
Após assumir, Zé Reinaldo falou em unir o partido, dando espaço para que os membros da sigla decidam o que desejam do PSB nas próximas eleições. “Vou conduzir o processo e fazer o que for melhor para o crescimento partidário e fortalecimento do PSB com a candidatura própria escolhida de maneira democrática. Vamos juntos lutar por nossos candidatos junto com os movimentos sociais que ajudam a tornar forte o nosso PSB sempre de maneira participativa”, se pronunciou pelas redes sociais. Mas as palavras do deputado foram anuladas pela decisão nacional.
Nova Direção PSB São Luís
Roberto Rocha (Presidente)
Estevão Assunção Aragão (Vice-presidente)
Aldo Rogério Ribeiro Ferreira (Secretário-geral)
Hilton César Pinheiro da Silva (Finanças)
Thiago Gonçalves de Sousa (Primeiro-secretário)
Suely Alves Moura (Comunicação)
Alexandre Matos Soares (Mobilização)
Rivalidade entre Rocha Jr e José Reinaldo Tavares
Pessoas mais próximas do dia a dia do PSB dizem que, há muito tempo, “a laranja azedou” na relação entre Roberto Rocha e Zé Reinaldo. A crise teria iniciado durante as eleições de 2010, por divergências dentro do grupo de oposição. Foram três candidatos ao Senado: Zé Reinaldo, que teve 727.602 votos (13,99%); Roberto Rocha (então no PSDB), com 642.853 votos (12,36%); e Edson Vidigal (também do PSDB), com 502.600 votos (9,67%). Os três ficaram, respectivamente, em terceiro, quarto e quinto lugar, perdendo as vagas para Edison Lobão e João Alberto, ambos do PMDB. Reinaldo e Rocha trocaram acusações de que, caso um tivesse aberto mão na disputa, ao menos um representante da oposição teria sido eleito. Sobrou até mesmo para Vidigal.
Em 2011, Roberto Rocha foi para o PSB, partido onde Zé Reinaldo já estava. Houve uma trégua entre eles, para que o partido conseguisse desenvolver. Rocha chegou com respaldo da direção nacional e assumiu o diretório municipal. A paz entre os dois durou um bom tempo, tendo suportado as eleições de 2012, onde o PSB alcançou a vice-prefeitura através de Rocha.
O clima voltou a ficar ruim nas preparações para as eleições de 2014, quando Roberto Rocha pediu a vaga de candidato ao Senado, que era dada como certa a Zé Reinaldo. Este teria se chateado e, desde então, o clima de rivalidade ficou nítido.
Agravamento
A nova crise do PSB passou por diversas etapas desde julho do ano passado, quando começaram a aparecer as divergências entre as lideranças – ao menos publicamente. No ano passado, movimentos sociais ligados ao partido pediram a indicação do deputado estadual Bira para ser candidato a prefeito e, ao mesmo tempo, o senador Roberto Rocha se colocava a disposição para a mesma finalidade. Ele foi vaiado e desde então começou a não falar a mesma língua do diretório estadual e de outros membros de expressão do PSB.
Durante alguns meses, Roberto disse que era precipitado tratar de eleições, tendo em vista que ainda estava longe. Como todos os partidos já falavam sobre o assunto, o argumento não convenceu. Rocha tentou então manter aproximação com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, mas no início deste ano, os últimos remanescentes do PSB dentro do governo municipal, entregaram seus cargos.
O passo seguinte de Roberto Rocha foi tentar filiar a deputada federal Eliziane Gama no partido, já que ela tem aparecido sempre bem colocada nas pesquisas para a Prefeitura de São Luís – em muitas delas, em primeiro lugar. As negociações se arrastaram por dias e envolveu até dirigentes nacionais, mas não avançaram. Eliziane acabou voltando ao PPS.
Por último, Roberto Rocha e Roberto Rocha Júnior vem anunciando a intenção do vereador em ser candidato. Com dois nomes possíveis, o a direção estadual do partido marcou um debate entre Rocha Júnior e Bira, para saber quem tem as melhores propostas, baseadas nas diretrizes do partido. O vereador não se fez presente, seguindo nota emitida pelo pai, cancelando o debate.
A reportagem de O Imparcial procurou a assessoria de Roberto Rocha para que ele se posicionasse sobre o assunto, mas, até o fechamento desta matéria, não recebemos retorno.
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