Transparência

Gravações derrubam outro ministro de Temer

Fabiano Silveira pediu demissão agora à noite após presidente em exercício receber pressão de servidores e até de ong internacional

O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira pediu demissão no início da noite desta segunda-feira, durante reunião com o presidente em exercício Michel Temer. Silveira foi flagrado em um áudio feito pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, no qual orienta o presidente do Senado, Renan Calheiros, a se defender na operação Lava-Jato.
Temer chegou a garantir que o ministro permaneceria no cargo por não querer comprar uma briga com Calheiros, mas depois da pressão dos servidores e pelo desgaste com a opinião publica, Silveira decidiu entregar o cargo. Ele é o segundo ministro de Temer que deixa o cargo por conta das gravações do Sérgio Machado.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota para rebater “especulações” em torno do diálogo entre ele e o ministro da Transparência, Fabiano Silveira, em que tratam das investigações da operação Lava-Jato. Ele afirma no texto que não fez indicações para autoridades do governo Temer. “Em face das especulações, reitero de maneira pública e oficial que não irei indicar, sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades no governo do Presidente Michel Temer”, escreve Renan sem mencionar o nome de Silveira.
Pressão internacional
Antes de Fabiano Silveira pedir demissão houve pressão até de fora do país. A Transparência Internacional, organização não-governamental de combate à corrupção em todo o mundo, divulgou nota nesta segunda pedindo a exoneração do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, e avisando que a entidade suspenderá os contatos com a pasta “até que uma apuração plena seja realizada e um novo ministro com experiência adequada na luta contra a corrupção seja nomeado”.
“Ninguém deve estar acima da lei. Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa”, disse Alejandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional.
No texto, assinado pela ONG em Berlim, a Transparência Internacional condena o fato de Fabiano Silveira ter sido flagrado em conversas com o presidente do Senado, alvo de 12 inquéritos da Lava Jato no Supremo, Renan Calheiros (PMDB-AL), no qual o hoje ministro da pasta de combate à corrupção criticava as investigações da operação.
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