REPERCUSSÃO

Jornais latino-americanos comentam pedido de impeachment de Dilma Rousseff

Acontecimentos políticos no Brasil têm repercutido em todo o mundo.

Os acontecimentos políticos no Brasil têm repercutido no mundo e não poderia ser diferente na América Latina, onde nossa influência é mais forte. Nesta sexta-feira, jornais de todos os países da região comentaram o momento brasileiro.

Foi o que fez, por exemplo, o La Hora, da Bolívia, que com o título “Defesa de Rousseff denuncia ‘golpe’ e pede que anulem impeachment” cita o discurso do Advogado-Geral da União, que denunciou nesta sexta-feira uma tentativa de golpe de Estado, durante a primeira sessão da Câmara dos Deputados que examina um pedido de destituição da presidente de esquerda Dilma Rousseff.

O diário El Mercúrio, do Chile, que, em meia página, diz na manchete: “Encurralado, governo de Rousseff recorre a medidas desesperadas para frear o impeachment”. Segundo o texto, a equipe de Dilma partiu para medidas judiciais, troca de ministros e exonerações para que alguns pudessem votar a favor do governo no domingo. De acordo com o diário chileno, diversas fontes indicam que a oposição já teria os votos necessários para abertura do processo de afastamento da presidente.

No Uruguai, a versão on-line do periódico El País traz várias matérias sobre o assunto. Na chamada principal, o jornal dá destaque para o início das sessões para o julgamento político de Dilma Rousseff. No texto, fala das tentativas frustradas do governo de recorrer à justiça e das grandes manifestações previstas para o domingo e destaca, também, a visita de apoio que o Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos, a OEA, Luis Almagro, vai fazer à presidente para reiterar seu apoio perante o avanço de um processo que considera sem fundamento algum. A matéria traz o contraponto do senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, que protestou contra a posição de Almagro que, para ele, revela completo desconhecimento da situação política brasileira.

Para o El Nacional da Venezuela, “Rousseff admite possibilidade de ser derrotada no domingo”. Com esse título, a versão on-line do jornal fala da entrevista dada, na quinta-feira, quando Dilma disse que se perdesse seria carta fora do baralho. Por outro lado, o jornal “Últimas Notícias”, mais alinhado com o governo de Nicolás Maduro, ressalta que milhares de brasileiros bloquearam ruas e estradas para manifestar sua reprovação ao processo de juízo político contra Dilma.

Em Cuba, o periódico Granma traz na versão impressa uma nota, com pouco destaque, sob o título “Denunciam vícios no processo contra Dilma Rousseff” onde falam sobre as tentativas do governo de recorrer à justiça.

O jornal ABC do Paraguai comenta a abertura do processo do impeachment e diz que a democracia brasileira está próxima de viver um dos capítulos mais dramáticos de sua curta história

O El Espectador, da Colômbia, ressalta a derrota, no Supremo Tribunal Federal, do recurso contra o processo apresentado pela defesa de Dilma, fala das contas que estão sendo feitas e dos encontros mantidos por Lula de um lado, e do vice-presidente Michel Temer do outro, ambos tentando angariar votos.

Por fim, o argentino Clarín que também salienta o grave momento com a manchete: “Clima de alta tensão no Brasil com o início do dramático debate sobre a destituição de Dilma”. No corpo da matéria é dito que são esperadas marchas a favor e contra a presidente. O Clarín comenta também sobre a cerca que divide a Esplanada dos Ministérios em duas partes para separar os partidários de cada lado.

Reportagem — Aprigio Nogueira

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