ARTIGO

Adversidades, união e trabalho

O momento político exige profunda reflexão. De um lado, os desdobramentos de investigações, denúncias e processos em curso de um conjunto de episódios de corrupção e outros crimes cometidos por agentes públicos que envergonham e revoltam o povo brasileiro, mas que estão sendo felizmente elucidados pelas instituições, em especial o Poder Judiciário, o Ministério Público, […]

O momento político exige profunda reflexão. De um lado, os desdobramentos de investigações, denúncias e processos em curso de um conjunto de episódios de corrupção e outros crimes cometidos por agentes públicos que envergonham e revoltam o povo brasileiro, mas que estão sendo felizmente elucidados pelas instituições, em especial o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal, os órgãos de fiscalização e controle e o Congresso Nacional, por meio das comissões parlamentares de inquérito. Nunca foi tão importante, desde a redemocratização do Brasil, a defesa intolerante dos princípios e mandamentos da nossa Constituição e das garantias individuais. O princípio do contraditório, da ampla defesa e da presunção de inocência deve valer para todos, ao mesmo tempo em que a harmonia e independência entre os Poderes precisam ser severamente observadas.
A Operação Lava-Jato já pode ser considerada marco divisório no combate à corrupção no país, renovando a esperança de um Brasil muito mais transparente e eficaz na gestão pública, realmente focado nos interesses fundamentais e nas prioridades do povo brasileiro. Por outro lado, a crise política agrava sobremaneira o comportamento da nossa economia — nesse aspecto os mais importantes indicadores apresentam desempenho insatisfatórios e na contramão do necessário ciclo virtuoso de crescimento, tais como a inflação, a arrecadação tributária, o câmbio, a taxa de juros, o desemprego (entre outros), sem contar no irregular comportamento dos mercados e dos preços internacionais.
Para enfrentar a crise, o governo federal está promovendo correções de rumos e ajustes duros na economia do país, e boa parte deles passa pelo crivo do Congresso Nacional. Somos 513 deputados federais e 81 senadores dos mais variados partidos, linhas de pensamento, experiências, bandeiras, filosofias e especificidades regionais e culturais, mas serão as nossas convergências que vão produzir os resultados que a sociedade clama.
Não restam dúvidas de que é senso majoritário no parlamento, o equilíbrio, a responsabilidade, o diálogo e a superação que o momento exige ainda mais de nós. Precisamos enfrentar, de uma vez por todas, os gargalos existentes para a retomada do crescimento e do desenvolvimento. Temos que acompanhar a dinâmica e a transformações do mundo moderno, sem perder nossa originalidade. Propomos, sem prejuízo das proposições de iniciativa individual, agenda e pauta comuns, factíveis, sem pirotecnia, validadas pela Câmara Federal, Senado, governo e, acima de tudo, pela sociedade. Precisamos reduzir com urgência os custos de produção e comercialização dos produtos nacionais e garantir competitividade mínima e a criação de mais empregos e oportunidades.
Precisamos manter os investimentos públicos e privados em saúde, educação, conhecimento, segurança, infraestrutura, habitação, mobilidade, energia, comunicações, logística, combate à corrupção, meio ambiente e programas estruturantes para o desenvolvimento humano. Temos que potencializar nossas vocações econômicas, naturais e culturais, e ampliar a dinâmica, a eficiência e os estímulos para os nossos micro e pequenos empreendedores. É imperioso abrir mercados e inserir uma perspectiva ainda mais comercial em nossas relações exteriores.
O equilíbrio fiscal e das contas públicas são também fundamentais para atingir esses objetivos. Entretanto, isso só será possível com gestos de grandeza e de superação dos líderes e formadores de opinião da nação. O pacto da governabilidade para a retomada do crescimento deve ser a tônica a partir de agora. A história nos ensina que muitos países passaram por crises ainda piores, mas saíram do outro lado por meio da união, trabalho, amor e respeito à pátria e ao povo, além do fortalecimento das instituições e respeito à ordem e à Justiça. E, como um dia, disse Cervantes “são nas desventuras comuns que se reconciliam os ânimos”. Que assim seja
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