JUSTIÇA

PM e vigilante suspeitos pela morte de três adolescentes no Coquilho serão julgados nesta terça

Crime aconteceu em janeiro de 2019, na área de um residencial do Projeto Minha Casa Minha Vida, na região do Coquilho, zona rural de São Luís.

O policial militar Hamilton Caíres Linhares e o vigilante particular Evilásio Lemos Ribeiroserão julgados nesta terça (22).(Foto:Divulgação).

Está marcada para esta terça-feira (22), sessão do Segundo Tribunal do Júri, para julgamento de um policial militar e um vigilante, acusados de matar três adolescentes no dia três de janeiro de 2019, na zona rural de São Luís. O soldado Hamilton Caires Linhares e o vigilante Evilásio Lemos Ribeiro Júnior foram processados como autores do assassinato de Gildean Castro Silva, de 14 anos, Gustavo Feitosa Monroe, de 18 anos, e Joanderson da Silva Muniz , de 17 anos.

Gildean Castro Silva, Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Muniz, foram assassinados em janeiro de2019. (Foto: Divulgação)

As vítimas tiveram os cadáveres encontrados na manhã do dia quatro de janeiro, na área de um residencial do Projeto Minha Casa Minha Vida, na região do Coquilho/Mato Grosso, na zona rural da capital. Conforme a denúncia do Ministério Público, no dia três de janeiro de 2019, os três adolescentes saíram de suas casas em duas bicicletas para um local conhecido como Romão, área usada pela comunidade para pesca  e banho.

Consta que a via de acesso estava localizada dentro do Residencial Mato Grosso, obra do programa do Governo Federal, tendo os três jovens passado por ali para chegar ao Romão e foram avistados por um dos agentes da vigilância privada da empresa Ostensiva,  que avisou seus companheiros da presença de invasores na área do conjunto. Assim, alguns vigilantes  e o policial militar Hamilton Caires Linhares, contratado extraoficialmente pela empresa, para dar suporte aos vigilantes, foram em direção  ao local em que os adolescentes se encontravam.

No trajeto os vigilantes foram se dispersando e somente os dois acusados chegaram  à entrada do matagal onde os cadáveres dos jovens, foram encontrados. Consta nos autos do processo que o vigilante Evilásio Lemos e o PM Hamilton Caires renderam  os adolescentes, visto que o policial portava uma arma de fogo.

No local de morte violenta a Polícia Técnica realizou perícias e elaborou um laudo  em que consta que,  pela posição em que os cadáveres foram encontrados, a primeira vítima estaria em pé ou de joelhos quando foi atingida pelo disparo; e que as segunda e terceira vítimas estavam deitadas com uma das mãos na cabeça quando foram alvejadas tendo o projetil atravessado a mão, para se alojar nas cabeças de ambas.

O Ministério Público acusou o policial Hamilton Caires de ter sido o autor dos disparos e o vigilante Evilásio de ter atuado na  rendição das três vítimas.

Os três corpos e as duas bicicletas foram encontradas somente no dia seguinte por familiares das vítimas que sentiram  falta das referidas e realizaram buscas nas cercanias da estrada de Romão, juntamente com outros moradores, encontrando um par de óculos na via de acesso, que foi comprovado, posteriormente, pertencerem ao vigilante Evilásio Lemos.

Negativa de autoria

Ao ser interrogado, o vigilante negou a autoria do crime, confessando em seu primeiro depoimento, que estava na entrada  do matagal com o policial, mas que não entrou no local mas ouviu três disparos de arma de fogo. No segundo depoimento, disse que entrou depois do soldado e, que, como não avistou o PM e as vítimas, voltou para a motocicleta.

Já o PM Hamilton Caires negou qualquer envolvimento no delito e disse que apenas desferiu um tiro para cima para assustar os  supostos invasores, dizendo que nem chegou a vê-los. Quando foi solicitado que entregasse sua arma para realização de exame de comparação balística com os projéteis retirados dos corpos das vítimas, ele disse que perdera a arma, estojo e carregador, embora não tenha noticiado o fato à sua  corporação policial.

Divergências constatadas

Na sua decisão de pronúncia, o juiz Gilberto de Moura Lima afirma que há divergências entre as versões apresentadas pelos acusados e as testemunhas, competindo ao Tribunal do Júri Popular apreciar as versões. “Diante da existência de indícios de autoria e participação, assim como demonstrada a materialidade dos fatos, preenchesse, pois,os requisitos de admissibilidade da acusação em relação a todos os acusados”, disse o magistrado.

Julgamento será amanhã

Julgamento acontecerá no Fórum Desembargador Sarney Costa. (Foto: Reprodução)

A sessão do Segundo Tribunal do Júri Popular está marcada para esta terça-feira, dia 22,a partir das 08h30, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, sob a presidência do juiz Gilberto de Moura Lima. O Ministério Público será representado pelo promotor de justiça Rodolfo Reis.

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