VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Homem é preso com faca ao fazer ameaças contra a ex-mulher

Ele não aceita o fim do relacionamento. A mulher foi quem chamou a polícia

O homem foi preso portando uma faca. Foto: Divulgação.

A Polícia Militar recebeu o chamado de uma mulher que mais uma vez sofreu ameaças do ex-companheiro na noite dessa sexta-feira (04). Ela não teve o nome divulgado e mora em João Lisboa com a mãe, onde agora vive cercada por Elielton Lopes da Silva, que não aceita o fim do relacionamento. A mulher saiu de casa após a separação do casal motivada pelas constantes agressões.

“Nós estamos separados e eu voltei pra casa da minha mãe, mas ele vive me fazendo ameaças e eu cansei. Dessa vez eu mesma liguei pra polícia”, relatou a vitima em um vídeo que circula nas redes sociais.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, o agressor tentava fugir na garupa de uma mototáxi, mas foi preso em flagrante portando uma faca usada para fazer ameaças à ex-mulher. Ele foi apresentado no Plantão Central, em Imperatriz por tentativa de homicídio e agressão à mulher.

Foto: Divulgação

João Lisboa, que fica distante de Imperatriz cerca de 10 quilômetros, não tem uma delegacia especializada para atender mulheres vítimas de violência e os casos são registrados na única delegacia do município, o que atrasa o andamento dos inquéritos com os diversos crimes a serem investigados. No início do mês passado, uma mulher também foi agredida pelo companheiro na zona rural da cidade e empurrada em uma cerca de arame.

Outro caso de violência doméstica

“Mulher é agredida por companheiro e empurrada em cerca de arame”

A reincidência da violência doméstica fez uma vítima procurar a delegacia por duas vezes em uma mesma semana de agosto. A segunda, três dias depois de ser concedida a medida protetiva. Após uma discussão com o companheiro, no povoado Centro do Toinho, zona rural de João Lisboa, uma mulher que não teve o nome divulgado foi agredida por ele e a agressão foi testemunhada por vizinhos que até gravaram pelo celular parte da discussão do casal.

O companheiro acabou empurrando a mulher contra uma cerca de arame e ela sofreu fortes arranhões no braço e nas costas. A vítima conseguiu fugir e pedir ajuda, mas só depois procurou a delegacia em Imperatriz e por isso não houve flagrante. Ela relatou que teria sido a primeira vez que foi agredida fisicamente, com tapas no rosto e empurrões, mas que as agressões verbais sempre foram constantes, inclusive com ameaças de morte.

O exame de corpo de delito apontou que houve ofensa à integridade física dela e em razão das agressões, a juíza Manuella Viana dos Santos, titular da 2º Vara de João Lisboa, concedeu Medida Protetiva de Urgência.

No dia 11 de agosto ela retornou à delegacia do município de João Lisboa para comunicar que continua sofrendo ameaças dele, recebendo informações por terceiros, mas teme pela própria vida.

“Na verdade, a ameaça foi praticada por interposta pessoa. Não foi diretamente pra ela, é aquele do tipo de ameaça pra todo mundo ouvir”, disse o delegado Eric Feitosa.

O agora ex-companheiro da mulher, que saiu de casa, de acordo com a medida protetiva está proibido de se aproximar dela, com distância mínima de 200 metros, de seus familiares e testemunhas, e deve ser retirado de casa com auxílio policial, se necessário. Ele também não pode fazer contato com a vítima e parentes dela por meio telefônico ou eletrônico, pessoal ou por terceiros, por um período de 6 meses, sujeito à prisão preventiva em caso de descumprimento.

O delegado que colheu hoje novo depoimento da vítima não informou se deve pedir a prisão do agressor. Outras pessoas também devem ser ouvidas sobre as ameaças que ainda estariam acontecendo, em descumprimento às medidas protetivas.

O atual cenário de pandemia trouxe o alerta para o aumento dos casos de violência doméstica. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, só no mês de abril houve um aumento de 40% das denúncias feitas ao Disque 180, número que presta atendimento às mulheres que sofrem este tipo de violência. As mulheres que já vivem em um relacionamento violento acabam ficando mais expostas aos seus agressores e o olhar vigilante do abusador nestes dias de isolamento social

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