'Operação Turing'

Blogueiro indiciado por extorsão tenta desacreditar operação da PF

Operação da Polícia Federal prendeu blogueiros suspeitos de integrar organização criminosa que extorquia políticos e empresários

Reprodução

Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Federal (PF) prendeu temporariamente três blogueiros (Luis Cardoso, Luis Pablo e Neto Ferreira) suspeitos de integrar uma organização criminosa que chantageava e extorquia políticos e empresários investigados pela Polícia Federal. Segundo as investigações, os blogueiros recebiam informações privilegiadas de um policial federal, identificado como Danilo dos Santos Silva, que também foi preso. De posse das informações, os blogueiros entravam em contato com os políticos e empresários investigados pela PF exigindo dinheiro em troca de silêncio.

Além dos três blogueiros presos, que são todos integrantes da mesma família, outros cinco foram conduzidos coercitivamente à sede da Polícia Federal, na Cohama, por suspeita de envolvimento no esquema criminoso. O titular de um desses blogs, identificado como Yuri dos Santos Almeida, foi indiciado por corrupção ativa, organização criminosa e extorsão.

Após ser liberado, Yuri, que também é filho do blogueiro Luis Cardoso, utilizou o seu veículo para se defender das acusações. No texto, o blogueiro afirma que a única coisa que fez foi publicar releases do Ministério Público e da própria Polícia Federal. E que as notícias publicadas em seu blog também foram publicadas em veículos locais e nacionais.

Durante o depoimento, Yuri dos Santos também foi questionado sobre o ‘vazamento seletivo’ de informações sobre casos que investigam desvios milionários dos cofres públicos do estado, o que seria um indício de extorsão. De acordo com o blogueiro, isso se deu porque ele ainda está “estudando a farta documentação que pesa contra todos eles [investigados]”.

Ao longo do texto, o blogueiro também tenta desacreditar a operação da PF. “Contra o blogueiro, pesa uma interceptação telefônica que – pasmem! – o flagrou ligando para o seu irmão, Neto Ferreira, perguntando se ele iria almoçar na casa do pai de ambos, Luís Cardoso. Os dois também possuem blogs e estão arrolados no processo”, ironiza Yuri dos Santos Almeida.

Além de Yuri Almeida, também foram conduzidos coercitivamente os blogueiros Antônio Marcelo Rodrigues da Silva, Marcelo Augusto Gomes Vieira, Antonio Martins Filho e Ezequiel Martins da Conceição.

Como funcionava o esquema criminoso

Segundo a PF, o grupo agia cobrando uma quantia das vítimas pelo silêncio ou retirada dos nomes das matérias dos blogs, e o valor variava entre R$ 1.500 e R$ 10.000, de acordo com o poder econômico ou gravidade das informações. Além disso, há um caso específico cujo valor ultrapassou este limite e chegou próximo ao preço de um veículo 0km.

Interceptações telefônicas apontam a intenção do grupo em adulterar, especular, e perseguir figuras através dos blogs para induzi-los a pagar por “tranquilidade” e, em alguns casos, mudança editorial para enaltecimento positivo dos alvos da extorsão.

Os blogueiros atuavam em conjunto havendo um rateio de atividades entre os membros do grupo. Um ou dois começavam postagens negativas e outros contrabalançavam, abrindo a “possibilidade de aproximação” junto ao dono das postagens. Após a extorsão, os valores eram rateados entre os participantes.

Segundo o delegado federal Max Eduardo Ribeiro, os indícios apontam Luís Cardoso como líder do grupo, a quem cabia a operacionalização e, nos casos de empresários mais poderosos ou políticos de grande vulto, as postagens e extorsão.

Somente um empresário registrou BO contra a prática, no ano de 2013, mas a perseguição não apenas não sessou, quanto foi ainda mais ferrenha.

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