Nesta sexta-feira (10), foi realizada a primeira ação do Grupo de Trabalho ‘Reviver Sem Drogas’, criado pelo ‘Fórum Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas’ com a participação de órgãos do Governo do Estado e Prefeitura de São Luís. Preliminarmente, os integrantes do Grupo Reviver Sem Drogas coletaram informações sobre a situação do quantitativo de usuários de drogas, pessoas em situação de rua, mapeamento dos serviços de abordagem social, acolhimento, tratamento e estratégias para ações específicas em pontos de concentração de usuários.

A primeira ação, que acontecerá novamente todas as sextas-feiras deste mês de fevereiro na Casa do Bairro (na Rua da Palma – Centro Histórico), foi específica para aproximação, disponibilizando atendimentos de saúde – aferição de pressão arterial, glicemia capilar, testes rápidos de HIV/Aids, Hepatites e Sífilis -, e consultas médicas com dispensação de medicamentos. Aos pacientes que necessitam de exames de apoio diagnósticos, um cadastro já foi realizado no local para encaminhamento ao Centro de Especialidades Médicas e Diagnóstico PAM Diamante.

Jefferson Ferreira, de 34 anos, foi um dos pacientes que recebeu atendimentos de saúde na ação. Ele revelou que é usuário de drogas desde os 8 anos de idade, que já passou períodos sem usar, mas que não conseguiu continuar o tratamento. “Hoje aqui está bom. Pelo bem das pessoas, pois sem saúde a gente não é nada. A tia Marta me chamou e eu vim, ela é uma mãe pra mim”, contou o usuário e morador em situação de rua, que garantiu tentar novamente seguir o tratamento.

Cerca de 30 pessoas previamente cadastradas pela Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) e Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (Semus) que estão em situação de rua ou que permanecem por alguns períodos na região do Reviver foram atendidas, além de moradores da região. Serviços de assistência social também foram realizados, com a aceitação da proposta de tratamento e saída das ruas de duas pessoas para uma Unidade de Acolhimento.

Para Marcos Pacheco, secretário de Estado Extraordinário de Articulação das Políticas Públicas, o primeiro dia da ação teve o resultado esperado na Casa do Bairro. “A ideia, além do atendimento de saúde, é acolher os usuários de drogas e pessoas vulneráveis, em situação de rua. Precisamos inseri-las em um seguimento de cuidado, que inicia com estes básicos de saúde. Aqui é apenas uma das ações estratégicas do Fórum permanente, que tem a missão de construir um Plano Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas”, explicou Pacheco.

O objetivo é identificar quem precisa de tratamento, encaminhar para as Unidades de Acolhimento (UA) com serviços especializados de abrigamento dos usuários em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) e fazer com que os pacientes não retornem ao uso de drogas e vivência em situação de rua em decorrência disso.

Sobre o Fórum Estadual

Com o intuito de formular políticas públicas eficazes para a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas no Maranhão, o Governo do Estado instituiu o ‘Fórum Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas’, no último dia 02, com a perspectiva de intervenção integrada, incluindo ações de promoção da saúde e de conscientização sobre os riscos do uso de crack, álcool e outros drogas, com a oferta de serviços de tratamento e também de enfrentamento ao tráfico.

A partir do Fórum, onde os representantes intersetoriais encontram-se a cada 15 dias, grupos de trabalho estão sendo criados, como o “Reviver Sem Drogas” e o Grupo de Trabalho “Educação, Trabalho e Cidadania”, formado com a missão de firmar parcerias com empresas e instituição de formação técnica para a capacitação dos ex-usuários, alfabetização e ensino profissionalizante para possibilitar a reinserção social dessas pessoas no mercado de trabalho.

Participam do Fórum, representando o Governo do Estado, as secretarias de Políticas Públicas, Direitos Humanos e Participação Popular, Segurança, Saúde e Educação. No âmbito do município de São Luís, as secretarias da Criança e Assistência Social, Saúde e da Segurança com Cidadania. Coordenadores dos programas “Crack, é possível vencer” e “Pacto pela Paz” também integram o Fórum.