Teatro de portas abertas para a população
Em entrevista a O Imparcial, o ator, produtor cultural e diretor do Teatro Arthur Azevedo, César Boaes falou sobre estar à frente da casa de espetáculos.
Tornar o Teatro Arthur Azevedo uma casa mais acessível para a população maranhense. É isso o que espera o atual diretor César Boaes, para os próximos anos. Em entrevista a O Imparcial ele contou sobre os feitos que considera avanços e sobre a novidade que é o “Auto do Bendito”, espetáculo do TAA, com estreia no próximo domingo, em duas sessões gratuitas.
Antes de assumir a direção, César ponderou sobre o convite. Afinal de contas, ator, produtor cultural e diretor, Boaes é o criador da Comédia Pão com Ovo, o maior sucesso do teatro maranhense nos últimos anos, assistido por mais de um milhão de pessoas no Brasil, e há mais de uma década, em cartaz.
“Quando recebi o convite do governo do estado, do governador Carlos Brandão, eu pensei bastante. Tenho 13 anos em cartaz com a peça, então eu pensei em todos os prós e contras, fiz essa avaliação e decidi que eu ia assumir para deixar a minha contribuição naquela casa, com meu conhecimento, minha expertise como produtor cultural, de ter rodado vários teatros do Brasil e trazer o que há de melhor da experiência para o Teatro Arthur Azevedo”, disse.
Uma das mudanças feitas foi quanto ao sistema de pautas. Antes, ela abria e não encerrava, não era apresentado o resultado. Agora, elas têm data de início e de término e o resultado é publicado para que as produções possam se programar. A de 2025 para os primeiros 4 meses já está fechada. Segundo César, em janeiro ela reabre para mais 4 meses. Também está sendo feito um levantamento de quantas produções maranhenses pediram pauta.
“E a gente vai dar esse resultado, porque a prioridade é a pauta local, o artista local. É claro que nós não vamos ser barristas, isso é burrice, e nem dizer que a gente não vai receber as grandes produções nacionais. Não. Isso é importantíssimo para a cidade, para a Casa receber as grandes produções nacionais, mas a gente precisa dar prioridade para a produção local”, disse Boaes.
E por falar em produção local, uma grande novidade deste ano é o projeto “Teatro de Portas Abertas” que possibilita o acesso gratuito à Casa, tornando-a mais acessível. Segundo César, o teatro está de portas abertas mesmo, de segunda-feira a domingo, das 13h30 às 18h, para visitação.
“A gente quis estender até o domingo, porque principalmente no final de semana é quando o turista está na cidade. As pessoas podem entrar, dar uma espiada lá na sala de espetáculos, não é uma visita guiada, mas a população entra, a comunidade, o turista…, trouxemos uma biblioteca de livros artísticos que era escondida na administração, a Biblioteca Arão Paranaguá, colocamos na entrada principal do teatro”.
Espetáculo inédito
Também faz parte desse projeto, o “Auto do Bendito” espetáculo inédito produzido pelo TAA, que estreia neste domingo, dia 22, em duas sessões gratuitas (às 17h e às 20h). Inspirado nas obras retratadas em cordel, o “Auto do Bendito”, com texto inédito criado pelo cantor e compositor Marco Duailibe, retrata um nascimento bem maranhense de Jesus, encenado por um elenco de 38 artistas maranhenses, dentre eles: músicos, atores e dançarinos maranhenses, com direção geral de César Boaes, direção musical de Daniel Cavalcante e coreografias de Lucena Marques.
“Se você faz um levantamento, creio que 90% da população nunca entrou no teatro. Tornou-se muito elitista, né? Algo que as pessoas acham que elas precisam estar muito bem arrumadas para entrar, uma coisa aristocrática. A gente recebe depoimentos de pessoas dizendo que moram em São Luís, mas nunca entraram no Arthur Azevedo. Isso é muito constante. Com esse projeto do Governo do Estado, da Secretaria de Cultura, vamos abrir as portas do teatro para os espetáculos e produzir espetáculos locais, com temáticas maranhense e com nossos artistas. Então o primeiro espetáculo desse projeto é o ‘Auto do Bendito’. O texto do Marquinhos Duailibe é lindo, que é um auto do Natal com a cara do Maranhão”, conta Boaes.
Nessa história, Jesus nasce na Praia Grande, em vez dos presentes tradicionais que ele ganha dos Três Reis Magos, ele recebe juçara, farinha, camarão seco, com uma história permeada pelo tambor de crioula, divino, enfim, a temática maranhense. “Está muito bacana. São 38 artistas no palco, com música ao vivo, 15 bailarinos. Entrada gratuita. As pessoas podem retirar seu ingresso e conferir a produção maranhense”, convida o diretor.
Para o ano que vem, Boaes adianta sobre o projeto Beco das Artes. O beco lateral onde fica o Teatro pode virar um espaço de happyhour com apresentações de atrações artísticas, lançamentos de livros, música, levar o artista para o espaço, e assim, gerar entretenimento para a população, uma vez por semana.
A entrevista completa você pode conferir no canal do Youtube de O Imparcial @tvimparcial.
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