412 ANOS

São Luís 412 anos: a cidade e as lendas

A Ilha do Amor é palco de mistérios e assombrações que remetem desde belezas naturais a figuras históricas

ÍCONE: xilogravura de Airton Marinho retrata versão fantasmagórica famosa de Ana Jansen. Créditos - Rpeordução

São Luís do Maranhão é cultura, culinária, arquitetura e… lendas.

A Ilha do Amor é palco de mistérios e assombrações que vão desde criaturas míticas como a Serpente Encantada que vive debaixo da cidade, até a origem de belezas naturais como a Praia do Olho d’Água que surgiu com as lágrimas da filha de Itaporã, que chorou até morrer à perda de um grande amor.

Tem aquelas que remetem a figuras históricas como a lenda da carruagem de Ana Jansen, que surgiu anos após a sua morte.

Retrato de Ana Joaquina Jansen em vida. Créditos – Reprodução

Figura política de grande influência no Maranhão do período colonial, “Donana” era conhecida pela sua crueldade com seus funcionários e escravos, Ana Jansen teria sido condenada vagar por São Luís, a história de uma carruagem guiada por cavalos sem cabeça e conduzida por um escravo decapitado e ensanguentado assustou a cidade por muito tempo.

Já outras histórias nasceram para encobrir crimes de um jeito assustador, a exemplo da Manguda, que foi introduzida no imaginário popular ludovicense por contrabandistas de mercadorias, em especial tecidos europeus, que queriam despistar os curiosos das suas atividades ilícitas.

Veículo como os que ocupavam mulheres da elite como Ana Jansen, no século XIV. Créditos – Reprodução

“As lendas fazem parte da história”

A formação da identidade ludovicense pode ser percebida em cada um desses e de outros contos.

Para o historiador Euges Lima,

“as lendas fazem parte da historia da cidade como uma marca de permanência de uma tradição cultural”. Pois São Luís é uma das capitais mais antigas com mais de quatrocentos anos e tem uma riquezas grande em historias lendárias, desde os primórdios da colonização, a exemplo da lenda do “ Milagre de Guaxenduba (1614)”. 

Euges explica que não apenas a tradição oral contribuiu para a preservação da memória, mas também os registros escritos.

“Foram histórias preservadas por meio da tradição oral, é verdade, mas não só da tradição oral , a partir de um certo momento, escritores, historiadores. A partir dessa tradição oral, passaram a escrever e publicar em livros e jornais essas versões, transformando assim, em tradição escrita também. Nesse sentido, a tradição oral é importante para guardar uma memoria, uma historia, mitos… enfim, Elementos culturais. Como é o caso da ‘Lenda da Carruagem de Ana Jansen’, que vinha sendo contada apenas pela tradição oral ate 1941, quando a partir dai, Astolfo Serra, pela primeira vez, a transpôs para o papel, escreveu um texto e o publicou no seu livro, “Terra Enfeita e Rica (1941)”, sendo esta umas das versões da lenda da “Carruagem de Ana Jansen mais próxima da sua versão original”.

Lenda e festa popular

No São João temos o bumba meu boi, que surgiu graças a uma lenda e se transformou num fenômeno de danças, tradições religiosas e turismo. 

A historiografia maranhense ainda não esclareceu de forma satisfatória as origens do “Bumba meu boi”.

É provável que tenha se originado em fins do século XVIII. Segundo Euges Lima, a história do pai Francisco e Catirina é um simbolismo para representar a escravidão e cultura do gado no Maranhão e suas relações entre senhor/ escravidão; fazendeiro/vaqueiro. 

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias