Jogos Paralímpicos: apostando na formação de base
Programas e investimentos do Governo Federal nos atletas paralímpicos já miram o próximo mundial.
Os Jogos Paralímpicos 2024, em Paris, já começaram e os atletas brasilerios estão fazendo bonito em suas modalidades. O mundial, que acontece até 11 de setembro reúne 4.400 esportistas com deficiência, que disputam em 20 modalidades esportivas. Esta edição tem a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais: 280, dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, O estado do Maranhão está sendo representado por seis atletas, todos beneficiários do programa do Ministério do Esporte.
Entre os atletas maranhenses convocados para os Jogos Paralímpicos de Paris está Jardiel Vieira Soares (futebol de cegos), André Martins Costa (bocha), Bartolomeu da Silva Chaves e Rayane Soares da Silva (atletismo), Luciano Reinaldo Rezende (tiro com arco) e Pamela Pereira (volei sentado). Todos esses atletas são beneficiários do Bolsa Atleta, um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação em 2005 até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.
Os esportistas apoiados pelo Bolsa Atleta colecionam ótimos resultados. Nas Paralimpíadas de Tóquio, em 2020, os bolsistas representaram 68 dos 72 pódios conquistados pelo país, um total de 94,4%.
A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é que a atuação da delegação brasileira em Paris seja igual ou superior aos números de Tóquio, com a conquista de 70 a 90 medalhas, mantendo-se entre os oito melhores países da competição.
Na história, o Brasil tem 373 medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos, sendo 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes.
O Imparcial conversou com Vânia Tie Koga Ferreira, Coordenadora-Geral de Programas e Projetos Paradesportivos, da Diretoria de Projetos Paradesportivos, da Secretaria Nacional de Paradesporto. No nosso bate papo, falamos sobre os investimentos do Governo Federal no esporte paralímpico, dos investimentos no Maranhão, e já dos objetivos para os próximos jogos que acontecem daqui a quatro anos.
“Precisamos lembrar que os jogos não se encerram no dia 11 de setembro. Na verdade a nossa história começa depois, o que nós vamos construir nos próximos 4 anos para as próximas paralímpíadas. Para que a gente possa falar 365 dias por ano do esporte paralímpico”, destacou Vânia Tie.
Agenda dos maranhenses
Os atletas André Martins, Pamela Pereira e Luciano Reinaldo fizeram suas estreias na quinta-feira, dia 29. Jardiel, um dos mais conhecidos da delegação do Maranhão, do futebol de cegos, atual campeão paralímpico, fará sua estreia com a seleção brasileira no dia 1º de setembro, enfrentando a seleção da Turquia; e Bartolomeu e Rayane disputarão no dia 3 de setembro suas provas: Bartolomeu nos 400m rasos e Rayane nos 100m rasos.
Entrevista
O Imparcial – O Brasil é uma potência no esporte paralímpico. Como é que governo federal preparou esses atletas para Paris?
Vânia Tie – O governo federal tem um investimento que é o Bolsa Atleta. Para você ter uma ideia, dos 280 atletas que estão lá em Paris, competindo, 274 recebem o benefício. Mas este ano, o governo teve 9 mil atletas que estão recebendo Bolsa Atleta. Nós temos agora, principalmente para o esporte paralímpico, atletas guias que também recebem o Bolsa Atleta, por exemplo, então isso envolve não só o atleta, mas a estrutura também. Alguns personagens que precisam estar junto com os atletas para poder competir, também estão recebendo bolsa. Então, são apenas 6 que não recebem atualmente.
OI – Sobre os atletas maranhenses que estão disputando, como o Comitê avalia?
VT – Todos que foram convocados merecem nosso destaque. Então, Pamela, Bartolomeu, Raiane… Pamela e Raiane as únicas mulheres, uma no voleibol, a outra no atletismo, Jardiel e Luciano, todos merecem nosso destaque, Nós temos representantes de cidades como Balsas, Caxias. Parnarama, Santa Inês e Pinheiro, e todos são protagonistas do estado.
OI – São 280 atletas com Bolsa. O Governo Federal tem plano de aumentar, de fazer mais investimentos. Como é que tá isso já para 2028?
VT – O Governo Federal tem investido, o Ministério do Esporte tem investido pesado na formação, na base, em dar condições para a pessoa com deficiência, conhecer o esporte. Porque muitos não sabem nem que podem fazer uma atividade física. Então, nós temos investido muito em políticas públicas de inclusão, ou seja, de dar a possibilidade da pessoa com deficiência, fazer esporte. Nós temos o programa TEAtivo, que é para pessoas com o transtorno do espectro do autismo. O programa Semear que é um programa que vai ser lançado no próximo mês, e é um programa em que nós vamos lançar possibilidades, para que a pessoa possa vivenciar o esporte. E aí se a pessoa com deficiência conhecer um esporte e pensar, “bom, eu quero ser um atleta”, nós vamos também dizer os caminhos, os clubes paralímpicos, onde procurar um Centro de Referência Paralímpico (CPB). Mas a gente precisa inverter a pirâmide e voltar o nosso olhar para a sociedade como um todo, para dar possibilidades. É esse o grande investimento que nós vamos fazer, porque se nós fizermos isso, com toda certeza, o Brasil que já é uma potência, nós vamos avançar muito mais.
OI – Que investimentos o Governo Federal tem feito como um todo para o esporte maranhense?
VT – O Maranhão tá recebendo 3 núcleos do progrma TEAtivo. Um núcleo na capital, São Luís; um em Caxias; e outro em Imperatriz. Dois foram via Lei de Incentivo ao Esporte, e o de Caxias é com recursos do nosso Ministério. Além disso, nós temos também um programa Paradesporto Brasil em Rede, feito em parceria com a Universidade Federal do Maranhão, e nós estamos fazendo essa formação, a experimentação esportiva para pessoas com deficiência.
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