Festejo de São Pedro: renovação de fé e tradição em São Luís
Celebração reúne milhares de fiéis em São Luís, encerrando mês de expressão de devoção ao santo
O Festejo de São Pedro, que encerrou no último dia 29 de junho, em São Luís, mais uma vez reuniu milhares de fiéis e admiradores em uma celebração que mescla fé, tradição e cultura popular. Durante 29 dias, a comunidade local e visitantes participaram de uma série de atividades que culminaram em uma emocionante procissão marítima e, depois, pelas ruas do bairro da Madre Deus.
São Pedro: seguidor de Jesus Cristo e inspiração aos fiéis
A festa, que começou no início de junho, ofereceu uma oportunidade única para a renovação espiritual e o fortalecimento dos laços comunitários. O padre Bruno, que celebrou a missa, na sexta-feira (28), destacou a importância da figura de São Pedro para os fiéis, que apesar de suas fraquezas humanas, seguiu Jesus com amor e fidelidade.
“É um momento de fé, antes de tudo, porque São Pedro é aquele homem muito parecido conosco, que fraqueja, que tem os seus dias difíceis, tem o dia que a sua fé é vacilante. É como nós. Por isso, o povo consegue se ver em São Pedro. Tem essa relação, antes de tudo, de amizade. E ele foi capaz de seguir Jesus Cristo, com amor, com fidelidade, até dar a sua vida. E a gente vem aqui, porque olhamos para São Pedro e vemos um de nós que conseguiu vencer as suas limitações por amor a Deus. E, certamente, do alto do céu, ele intercede”, destacou padre Bruno.
A tradição da Procissão Marítima
Há mais de 80 anos, a procissão marítima tem sido um dos momentos mais aguardados e venerados do festejo em honra a São Pedro, tornando-se uma tradição profundamente enraizada na vida da comunidade, saindo do cais da Praia Grande, pela rampa Campos Melo, passando pela ponte São Francisco, Ponta D´Areia e próxima à área Itaqui Bacanga, este foi o itinerário, na manhã do dia 29. (Mais após as imagens)
Dona Maria, uma devota rezadeira, que participa do evento há 25 anos, compartilhou sua experiência e a profunda conexão espiritual que mantém com o santo e com essa celebração.
Para dona Maria, a procissão não é apenas um evento religioso, mas um momento de renovação da fé e de fortalecimento dos laços comunitários. Ela descreve o desfile das embarcações decoradas e a união de todos em oração como uma demonstração viva da devoção coletiva que tem resistido ao tempo e às mudanças.
“Desde que comecei a acompanhar o festejo, senti a força e a proteção de São Pedro, em cada detalhe da celebração”, contou dona Maria, com os olhos cheios de emoção.
Ela ressaltou, com sabedoria e carinho, a importância de atrair as novas gerações para a igreja e para as tradições religiosas e frisou ser crucial esse público entender e valorizar a riqueza dessa herança cultural e espiritual.
“A juventude de hoje é a chave para a continuidade da nossa fé e das nossas tradições. É preciso que eles se sintam parte dessa história e se comprometam a mantê-la viva para as futuras gerações”, afirmou dona Maria.
Para dona Maria, a procissão marítima é uma oportunidade única de os jovens experimentem a espiritualidade de uma maneira que vai além das paredes da igreja.
“A energia que sentimos na água, o canto das orações e a visão da imagem de São Pedro sendo levada pelas águas são experiências que tocam o coração de todos, especialmente dos mais jovens”, conclui ela, esperançosa de que a fé e a tradição continuem a navegar pelos mares do tempo, guiadas pelo amor e pela devoção a São Pedro.
Procissão Terrestre
Já a procissão terrestre, teve início às 16h, após a imagem de São Pedro passar pela Igreja de São Pantaleão, ao fim da procissão marítima. O andor seguiu pelas avenidas e ruas da região central da cidade, acompanhado dos fiéis que se juntaram aos demais, por onde o Santo passava, até o largo da igreja onde encerrou, com uma missa campal celebrada pelo Vigário Geraldo.
Tradição familiar e devoção
Entre os muitos devotos que participaram do festejo, Danielle Feitosa, de 35 anos, assessora parlamentar, foi responsável pela decoração do andor de São Pedro. Danielle compartilhou a sua conexão pessoal e familiar com a celebração, destacando a importância da tradição que foi passada de geração em geração.
“Eu vivo tudo isso aqui, desde criança, porque eu vinha com a minha mãe que sempre foi devota de São Pedro. Há uns 20 anos, ela fez uma promessa e teve a graça alcançada. E a minha fé nele se multiplicou. Eu me emociono, ao ver minha fé sendo concretizada através da realização de um pedido. Então, sou só gratidão por tudo o que São Pedro fez por mim e por minha família, e fico feliz pois o andor ficou lindo, do jeito que eu queria que ficasse. É a melhor forma que de eu agradecer São Pedro, e neste ano, tive a oportunidade”, destacou Danielle, que expressou a importância de persistir na fé e acreditar que as graças serão alcançadas no momento certo.
Uma festa tradicional da Comunidade
O Festejo de São Pedro é um evento que vai além da celebração religiosa, envolvendo toda a comunidade em uma série de atividades culturais e sociais.
A Igreja de São Pedro, ponto central das homenagens, recebeu nos últimos dois dias de festejo centenas de devotos para pedir ou agradecer bênçãos, assim como diversos grupos culturais, ao som de matracas, pandeirões e outros instrumentos, assim como para renovar as forças, para próxima temporada junina. (Mais após a imagem)
A coordenadora da Comunidade de São Pedro, Kauana Barata, comentou sobre a organização do evento:
“Realizar este festejo é uma enorme gratificação, ainda mais porque ela resgata nossa tradição, e não posso esquecer de agradecer a toda a comunidade da Igreja de São Pedro, da região da Madre que acolheu este festejo, com todo amor e dedicação, agradecer a São Pedro que nos permitiu realizar mais uma celebração em agradecimento a todas as bênçãos concedidas”, ressaltou Kauana.
A coordenadora enfatizou o papel fundamental dos parceiros:
“Também não posso deixar de agradecer aos parceiros que foram essenciais para darmos continuidade à tradição da Cultura da capital maranhense, ao Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a Equatorial Energia, ao Grupo Mateus, a Casa Cultura Barrica e muitos outros. O evento é uma demonstração viva da fé e da resiliência da comunidade de São Luís. Uma celebração que mantém viva a tradição e a devoção a São Pedro. A festa é uma oportunidade para reavivar a fé e reforçar a ligação entre as pessoas e a cultura local”, finalizou ela.
*Da assessoria