ÁGUAS

Grande Ilha de São Luís já teve 6 casos de afogamento em 2024; bombeiros orientam sobre cuidados

Confira orientações de segurança dos bombeiros em relação a rios e mares

A mãe e a tia da criança estiveram no local. Créditos - Redes sociais/Reprodução

Seis casos de afogamento já foram registrados da Grande Ilha de São Luís em 2024, segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão. O mais recente resultou em fatalidade: na última segunda-feira (13), um menino de sete anos foi encontrado morto à beira-mar na praia do Olho D’Água.

No dia anterior (12), o menino foi parar na companhia de colegas e sem um adulto responsável. Crianças sozinhas em praias, ou na beira de rios, são fator para afogamento, como reforça o Ten. Cel. Bayma, do Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar).

“É um erro gravíssimo [dos pais ou responsáveis]. Crianças perdidas na praia são comuns em feriados, quando fica lotada”, conta o tenente, que ressalta: a criança deve estar sempre acompanhada de um adulto.

A orientação também vale para gente grande em banho de mar. “É preciso ter controle. Por exemplo, não se deve entrar na água depois consumir bebida alcoólica, e também se respeitar as sinalizações dos salva-vidas.”

“Há um lema entre os guarda-vidas de todo o Brasil: água no umbigo é sinal de perigo.”

Tenente-coronel bayma, do batalhão de bombeiros marítimos

Segundo o bombeiro, turistas vindos de outras regiões costeiras do país podem se deparar com fluxo diferenciado nas praias da Grande Ilha.

“Pessoas que vem do Sul, por exemplo, podem não conhecer a nossa maré, totalmente diferente de lá. Aqui é de 80 m, enquanto no Rio de Janeiro chega apenas a 2 m. Não se percebe quando a maré está enchendo ou vazando. Cada região tem suas particularidades e nossa variação de maré a a segunda maior do mundo, estando perto da linha no Equador”, explica Bayma.

Atenção também na água doce

Em abril de 2024, pelo menos casos de afogamento foram registrados no interior do Maranhão. Em Mata Roma, um homem alcoolizado tentou atravessar um riacho e morreu afogado. No município de Cachoeira Grande, um policial militar resgatou uma mulher das águas do rio Munim, que estava em cheia.

Já no último dia 1º de maio, o corpo de Carlos Henrique de Souza, de apenas 8 anos anos de idade, foi encontrado sem vida no rio Buriti, na cidade de Buriticupu. (Mais após a imagem)

Em um momento de desatenção dos adultos, a correnteza subitamente arrastou as crianças. Apesar dos esforços do pai para salvar duas delas, Carlos não pôde ser resgatado a tempo e desapareceu nas águas.

O 2º Tenente Yan — mergulhador de resgate do 11º Batalhão de Bombeiros, lotado em Itapecuru-Mirim — chama atenção para os cuidados em rios durante o período chuvoso.

“[Durante as chuvas] a população ribeirinha deve redobrar o cuidado com os rios durante o período chuvoso. Muitos têm o hábito de subestimar os volumes dos rios e de nossa bacia hidrográfica, de modo geral. Os rios estão assoreados, então há um crescimento muio grande do volume das águas”, diz o tenente.

A região de Caxias foi uma das mais afetadas pelos temporais das últimas semanas. Por lá, o nível do rio Itapecuru ficou pouco 5,09 metros acima do normal, afetando também outras noves cidades na região, já que a bacia do rio Itapecuru tem 52.972km² — o que corresponde a cerca de 16% de todo o território maranhense.

O tenente explica que períodos de chuva e passagens das estações impactam o comportamento dos rios.

“Há mudança na dinâmica do fundo dos rios, devido ao entulho e galhada acumulado, além das mudanças nos bancos de areia, o que infuencia as correntezas. As recomendações que damos é que evitem nadar ou pescar sob efeito de bebidas alcoólicas ou entorpecentes, principais causadores de afogamento.”

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