MISTÉRIO

Barco com migrantes ilegais estaria à deriva há três meses

Embarcação está íntegra — isso afasta a possibilidade de ter havido algum naufrágio —, porém, não tem nenhuma forma de propulsão. Suspeita é de que estava sendo rebocado e, por alguma razão, foi deixado para trás.

Reprodução

As autoridades de segurança do Pará trabalham com a hipótese de que o barco encontrado à deriva, no sábado, no litoral do estado, estava havia pelo menos três meses nessa condição. Isso porque a embarcação está íntegra, o que afasta a possibilidade de ter havido algum naufrágio.

Porém, não tem nenhuma forma de propulsão — a motor ou a vela. A desconfiança é de que estava sendo rebocada e, por alguma razão, foi abandonada à própria sorte em alto-mar.

Apesar de as perícias ainda não estarem concluídas, os investigadores acreditam que, por estar à deriva em pleno Oceano Atlântico, chegou à costa paraense levada pelas correntes. Os investigadores creem que os corpos encontrados sejam de cidadãos da Mauritânia ou do Mali — que não tem saída para o mar, o que obriga os migrantes ilegais a tentar deixar o país pelas nações vizinhas.

As autoridades brasileiras também avaliam a possibilidade de o barco ter sido abandonado em uma rota alternativa de migração irregular: em vez de tentar chegar à Europa cruzando a Argélia ou a Líbia, costeariam a África para chegar ao Mediterrâneo via Gibraltar. Por esse trajeto, as quadrilhas que traficam cidadãos ilegalmente têm como alvo a Espanha. O cálculo é de que haviam pelo menos 25 pessoas na embarcação, ao deixar a costa africana.

Os nove corpos encontrados em avançado estado de descomposição — um deles estava próximo do barco à deriva — serão analisados no Instituto Médico Legal (IML) de Belém e passarão por uma análise semelhante àquela que identificou as vítimas da tragédia de Brumadinho (MG).

Serão examinadas amostras de DNA, digitais e a arcada dentária para identificar os mortos. Depois disso, as informações serão compartilhadas com a Interpol, conforme disse o superintendente da Polícia Federal (PF) no Pará, José Roberto Peres. Somente dessa forma é que se saberá se há alguma reclamação de pessoas desaparecidas.

Segundo os investigadores, o barco tem 13m de extensão e foi avistado na área conhecida como Barra do Quatipuru — próximo à praia de Ajuruteua, em Bragança, distante cerca de 215km da capital paraense.

*Informações do Correio Brasiliense | Fabio Grecchi

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