2023 termina como o ano mais quente da história do planeta
O planeta chegou numa média de 1,48ºC acima do registrado nos níveis pré-industriais, na beira do limite de 1,5ºC firmado pelo Acordo de Paris
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O período entre julho e dezembro de 2023 bateu todos os recordes mensais de calor - (foto: Ed Alves/ CB/ DA.Press)
Dados divulgados pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, demonstram que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado no planeta nos últimos 100 mil anos. O monittoramento registrou várias condições climáticas recordes, com médias globais que ultrapassaram os níveis pré-industriais de 1850-1900, com uma temperatura média de 1,48ºC mais quente.
Durante o monitoramento feito pela instituição em 2023, várias condições climáticas recordes foram reportadas, como médias diárias globais que ultrapassaram os níveis pré-industriais de 1850-1900 com temperaturas 1,48ºC mais quentes.
As temperaturas registradas no globo a partir de junho de 2023 contribuíram para que o ano fosse o mais quente desde que os registros passaram a ser feitos, em 1850. A temperatura média global foi de 14,98ºC — 0,17ºC superior a 2016, o segundo ano com maiores temperaturas.
A pesquisa revela que cada um dos meses entre mês de junho a dezembro do ano passado foi omais quente para o periodo na história, com destaque para julho e agosto, os dois meses mais quentes já registrados na história. Dezembro também entra na lista de meses com temperaturas mais elevadas, com registros médios de 13,51ºC — 0,85ºC acima da média de 1991-2020.
O diretor da Copernicus, Carlo Buontempo, comenta que os extremos observados nos últimos meses fornecem um testemunho dramático sobre o quão longe estamos do clima da época em que nossa civilização começou a se desenvolver. “Se quisermos gerir com sucesso o nosso portfólio de riscos, precisamos urgentemente descarbonizar nossa economia, utilizando dados e conhecimentos climáticos para nos prepararmos para o futuro”, afirma.
Média pode superar 1,5ºC em 2024
O Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015, se comprometeu em manter o aumento da temperatura média global limitado a 1,5ºC acima da era pré-industrial. Porém, a realidade não segue a linha do tratado. De acordo com os dados do Serviço de Mudanças Climáticas, é provável que até fevereiro deste ano a temperatura monitorada exceda 1,5ºC acima do nível pré-industrial, situação que coloca o mundo em risco.
“Isto não significa que tenhamos ultrapassado os limites estabelecidos pelo Acordo de Paris (uma vez que se referem a períodos de pelo menos 20 anos em que esta anomalia de temperatura média é ultrapassada), mas abre um precedente terrível”, descreve a pesquisa.
Clima brasileiro em 2023
O ano passado foi marcado por inúmeras quebras de recordes de temperatura no território brasileiro. As ondas de calor marcaram a segunda metade de 2023, que chegou a gerar sensação térmica acima de 50ºC no Rio de Janeiro, temperaturas acima dos 37ºC em São Paulo, 36ºC no Distrito Federal e calor extremo também em praticamente todos os estados do país.