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Brasil lidera ranking mundial de homicídios, segundo estudo da ONU

O levantamento mostra que, em números absolutos, país foi onde mais se cometeram assassinatos, acima de 45 mil.

Esse número total de assassinatos é quatro vezes maior do que a média anual de mortes em conflitos armados. (Foto: Reprodução)

O Brasil lidera, em números absolutos, o ranking de países com mais homicídios do mundo, de acordo com o Estudo Global sobre Homicídios 2023, recentemente divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No período referente aos dados de 2021, o país registrou mais de 45 mil assassinatos, seguido pela Índia com 41 mil casos, México (35.700), Estados Unidos (22.941) e Mianmar (15.299). O relatório foi elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

Do total de 458 mil homicídios registrados em 2021 em todo o mundo, 10,4% ocorreram no Brasil. O estudo aponta que mais pessoas foram mortas por outros indivíduos do que devido a conflitos armados e terrorismo combinados, resultando em uma média de 52 vítimas por hora.

Esse número total de assassinatos é quatro vezes maior do que a média anual de mortes em conflitos armados. A ONU destacou que 40% dos homicídios no mundo envolveram armas de fogo, enquanto 22% foram perpetrados com objetos cortantes.

Segundo o levantamento, cerca de 27% dos 458 mil assassinatos ocorreram na América Latina e no Caribe, que são as regiões com as maiores taxas de homicídios do mundo.

Contudo, houve uma tendência de queda nas mortes violentas: entre 2017 e 2021, houve uma diminuição de 14%, com exceções como Equador, Nicarágua e Panamá. Na região das Américas, a taxa foi de 15 mortes a cada 100 mil habitantes.

A pesquisa enfatizou que a América Latina e o Caribe não apenas apresentam consistentemente as maiores taxas de homicídios entre todas as sub-regiões, mas também registraram a maior proporção de homicídios relacionados ao crime organizado em todo o mundo em 2021.

A África registrou o maior número absoluto de homicídios, com 176 mil casos, representando uma taxa de 12,7 homicídios a cada 100 mil habitantes. Já as taxas na Ásia (2,3), Europa (2,2) e Oceania (2,9) foram inferiores à média global per capita de 5,8 por 100 mil habitantes.

O estudo apontou que 81% das vítimas de homicídio são homens. Entretanto, as mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por seus parceiros ou familiares. Embora representem 19% das mortes em geral, elas correspondem a 54% de todos os homicídios domésticos e a 66% de todas as vítimas de homicídio por parceiro íntimo. Além disso, 15% das vítimas, ou seja, 71.600 pessoas, eram crianças.

O relatório destacou que 2021 foi um ano excepcionalmente violento, ultrapassando a média de 440 mil homicídios dos três anos anteriores. Isso foi atribuído em parte às consequências econômicas da pandemia de COVID-19 e, principalmente, ao aumento do crime organizado e da violência sociopolítica relacionada a gangues, responsáveis por 22% dos casos em todo o mundo e 50% nas Américas.

No longo prazo, espera-se que as repercussões sociais e econômicas negativas dos lockdowns, incluindo aumento do estresse, ansiedade, desemprego ou perda de renda, afetem as tendências de homicídios, criando um ambiente de tensão que pode levar os indivíduos a cometerem crimes, de acordo com o estudo da ONU.

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