Coronel reformado da PM que matou músico, será julgado nesta quinta-feira (19)
A vítima compartilhava a residência com a filha do acusado, Ingrid Raiane da Silva, com quem mantinha um relacionamento.
Nesta quinta-feira (19), o coronel reformado da Polícia Militar do Maranhão, Walber Pestana da Silva, enfrentará um julgamento pelo júri popular devido à morte do músico Davi de Sousa Bugarin de Mello, de 26 anos.
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O jovem, que era dono de uma casa de shows localizada no Centro Histórico de São Luís, foi morto em 15 de fevereiro de 2018, dentro da residência do coronel Walber Pestan, situada no conjunto Parque dos Nobres, em São Luís.
A vítima compartilhava a residência com a filha do acusado, Ingrid Raiane da Silva, com quem mantinha um relacionamento.
O julgamento está agendado para começar às 8h30, no salão de sessões do 3º Tribunal do Júri de São Luís, no Fórum Desembargador Sarney Costa, localizado no bairro do Calhau, em São Luís. O juiz responsável pelo caso é José Ribamar Goulart Heluy Júnior, que atua como titular da 4ª Vara do Júri.
A acusação será conduzida pelo promotor Samaroni Maia, com o auxílio dos advogados assistentes, Glauber Coqueiro Pereira e Sebastião Albuquerque Uchoa Neto. Enquanto isso, a defesa do réu ficará a cargo do advogado Ângelo Rios Calmon.
O CASO
No dia 15 de fevereiro de 2018, por volta das 19h20, o coronel reformado da Polícia Militar do Maranhão, Walber Pestana da Silva, foi envolvido em um caso de homicídio relacionado à morte de Davi de Sousa Bugarin de Mello, um músico de 26 anos.
O trágico incidente ocorreu na residência do coronel Walber Pestana, no conjunto Parque dos Nobres, em São Luís, onde a vítima vivia com a filha do réu, Ingrid Raiane Silva, com quem mantinha um relacionamento amoroso.
De acordo com as informações da polícia, o crime teve origem em uma briga entre o casal, que culminou em agressões por parte de Davi à filha do coronel. Consternado com a situação, o coronel Walber Pestana tomou a decisão de usar sua arma de fogo, disparando dois tiros contra Davi.
Davi Bugarin, com 26 anos na época, foi socorrido após os disparos, mas, infelizmente, sucumbiu aos ferimentos graves e faleceu no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), na capital. Após o incidente, o coronel militar deixou o local.
O laudo cadavérico realizado em Davi indicou uma única perfuração em seu corpo, resultado de um disparo efetuado a uma distância de pelo menos um metro, atingindo sua costela e atravessando o tórax. O segundo tiro atingiu a parede da residência.
Os exames realizados na filha do coronel, Ingrid Raiane Silva, na época namorada de Davi, revelaram marcas no corpo e um corte na cabeça, que foi causado por um objeto cortante.
De acordo com o processo, Ingrid Raiane havia viajado para Recife, Pernambuco, sem comunicar seu namorado, o que gerou ciúmes em Davi. Quando Ingrid retornou da viagem, as discussões entre o casal começaram.
Segundo os relatos apresentados nos autos, no início da noite do crime, ao chegar em casa, Walber Pestana teria testemunhado Davi tentando arrombar a porta do banheiro, onde Ingrid havia se trancado para evitar as agressões de seu namorado. Nesse momento, o coronel tentou acalmar a situação, mas, não conseguindo, disparou um tiro que atingiu a porta do banheiro e, em seguida, efetuou outro disparo que atingiu Davi. O réu alegou ter arrastado a vítima para fora da residência para buscar ajuda. Ingrid e sua mãe levaram Davi ao hospital, mas ele não sobreviveu.
O Ministério Público do Maranhão denunciou Walber Pestana por homicídio simples. O militar não foi detido imediatamente e, alguns dias após o ocorrido, se apresentou à delegacia, onde prestou depoimento e admitiu a autoria do crime, justificando que agiu em defesa de sua filha, alegando que ela estava sendo agredida. Essa versão é contestada pela advogada da família da vítima.
A advogada da família de Davi Bugarin questionou por que o coronel não passou por um exame de corpo de delito e por que não foi encontrada a faca que supostamente teria sido usada por Davi. O delegado Lúcio Reis, responsável pela investigação, confirmou na época que a faca não havia sido localizada e justificou que não houve necessidade do exame.
Além disso, surgiram dúvidas sobre a falta de evidências de uma luta corporal ou sinais de resistência por parte de Davi ao tentar arrombar duas portas da casa.
Os resultados dos exames periciais feitos em Ingrid Raiane, a filha do coronel e namorada de Davi na época, foram apresentados como evidência para apoiar os depoimentos do coronel e de sua filha.
Walber Pestana aguarda o desenrolar do processo judicial em liberdade, uma vez que se apresentou voluntariamente à polícia e colaborou com as investigações.