Ciência

Especialista explica como capturar, transportar, armazenar e reaproveitar CO2

As técnicassão usadas para descarbonização da produção industrial.

Chrislaine do Bomfim Marinho, consultora e pesquisadora do SENAI CIMATEC - (Foto: Divulgação)

As tecnologias usadas para capturar, transportar, armazenar e reaproveitar dióxido de carbono (CO2) têm um papel importante na descarbonização da produção industrial. O tema foi explicado pela consultora e pesquisadora do SENAI CIMATEC, Chrislaine do Bomfim Marinho, que esteve em São Luís a convite da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão e do SENAI-MA.

Chrislaine Marinho é engenheira química com mestrado em Modelagem Computacional e Tecnologia Industrial na área de energia eólica off-shore e cursa doutorado com a mesma temática.

A pesquisadora integra o Centro de Competências em Hidrogênio Verde, do SENAI CIMATEC/Bahia, que tem diversos projetos em diferentes linhas de pesquisas nessa área. Ela disse que cada região precisa observar os recursos que estão disponíveis para então utilizá-los para promover a descarbonização.

Ela explicou que apesar de o dióxido de carbono não ser o único gás de efeito estufa, ele é extremamente importante porque é emitido em maior proporção na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas. E o foco das pesquisas é mitigar as emissões provenientes das ações do homem, a exemplo da produção industrial.

A descarbonização é, em termos simples, a redução das emissões e a captura de CO2 na atmosfera. Existem técnicas, tecnologias e processos que podem contribuir com esse objetivo. Entre eles está o processo de transição para fontes de energia limpas, ou seja, a substituição gradual de fontes fósseis como petróleo, gás natural ou óleo por fontes limpas, como a eólica, solar fotovoltaica, biomassa e o próprio hidrogênio renovável.

Já a eficiência energética está relacionada com a redução do consumo de energia, seja por fonte elétrica ou térmica, nos processos industriais. Outra possibilidade é a adoção de tecnologias para captura, armazenamento e reutilização de CO2 na atmosfera.

“Entendemos que a descarbonização é algo ambientalmente necessário, mas é preciso que sejam desenvolvidas políticas públicas para que seja incentivada. Uma forma de se fazer isso é instituindo compensação econômica, pois trata-se também de geração de receita para as indústrias. E um ponto que podemos trabalhar é na mudança dos modelos de leilões de energia renovável, com transparência e descentralização”, explicou Chrislaine.

Ela tratou ainda de temas como isolamento térmico, substituição de combustível fóssil no transporte e maquinário das empresas e aproveitamento de calor nos processos industriais.

Hidrogênio verde

O hidrogênio verde tem se tornado um vetor energético principal nesse processo de descarbonização. São utilizadas água e eletricidade como insumo para a produção de hidrogênio verde, mas essa eletricidade vem de fonte eólica e/ou solar, o que não gera resíduo contaminante no processo. O hidrogênio tem um poder de armazenamento muito superior aode baterias de lítio e chumbo, por exemplo. Isso facilita o armazenamento da energia proveniente do hidrogênio.

“Enquanto indústrias, precisamos fazer mudanças graduais. Começar desde a pesquisa até a implantação de testes, de plantas-piloto, desenvolver soluções e chegar a um plano de melhoria que otimize o funcionamento da indústria. A indústria precisa enxergar as possibilidades de modo claro, quais recursos estão disponíveis, para então produzir com uma pegada de baixo carbono ou carbono zero”, falou Chrislaine Marinho, acrescentando que na Bahia a utilização do hidrogênio verde é projetada para indústria local ou nacional e não para exportação.

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