Proteção

Exploração e abuso sexual infantil são temas do Maio Laranja

Em 2022, foram 111.929 denúncias de crimes com fotos e vídeos de violência sexual contra crianças no Brasil.

Qualquer criança ou adolescente pode ser alvo de abuso e exploração on-line. (Foto: Reprodução)

A violência on-line contra crianças e adolescentes é uma preocupação crescente em todo o mundo, já que a maioria deles tem acesso à internet através de dispositivos móveis como smartphones, tablets e computadores. Infelizmente, qualquer criança ou adolescente pode ser alvo de abuso e exploração on-line.

No Brasil, os casos de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças aumentaram em 9,91% em 2022 em comparação com o ano anterior, segundo a Safernet. Esse aumento de denúncias já havia sido registrado em 2020 e 2021.

Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostrou que 88% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos que usam a internet no país possuem pelo menos um perfil em redes sociais, e a maioria deles tem um smartphone e acessa a internet pelo celular.

Para alertar e conscientizar sobre a prevenção e enfrentamento ao abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes, a campanha do Maio Laranja acontece durante todo o mês, graças a uma lei federal aprovada em 2022.

A lei foi resultado do trabalho de incidência política do ChildFund Brasil e outras organizações sociais junto à parlamentar Eliziane Gama (PSD-MA), com autoria do projeto na Câmara pela então deputada Leandre Dal Ponte (PSD-PR), atual secretária da mulher e igualdade Racial do estado do Paraná.

Equipamentos eletrônicos

De acordo com um estudo realizado pelo ChildFund Brasil, os dispositivos eletrônicos conectados à internet são frequentemente citados pelas crianças como uma das principais fontes de distração.

A cartilha alerta para os riscos do grooming e do sexting. Enquanto o primeiro se refere à prática de aliciar menores por meio da internet para assediá-los ou abusá-los sexualmente no ambiente virtual, o segundo envolve tirar fotos ou gravar vídeos com conteúdo sexual, erótico ou pornográfico e compartilhá-los com uma pessoa supostamente confiável por meio de um celular ou outro dispositivo eletrônico.

Embora o sexting seja uma prática comum, as imagens podem ser viralizadas sem o consentimento do autor, expondo-o a um grande número de pessoas. Além disso, há o risco de ter as informações pessoais hackeadas.

Orientações da cartilha para familiares

  • Como na vida real, fale com o seu filho sobre as regras de utilização da internet e ações que possam colocá-lo em risco, por exemplo, não conversar com estranhos ou publicar informações pessoais, como endereço, escola onde estuda e números de documento ou de telefone.
  • Alinhe a utilização da internet em casa, tais como horários e locais. É melhor se o computador for colocado num local de acesso de toda a família.
  • Utilize os controles parentais e crie contas em aplicações a que pais, mães e cuidadores tenham acesso, tais como YouTube Kids ou Google Kids. Se quiser informação sobre controle parental visite esta página.
  • Crie espaços de confiança para que as crianças possam dizer se tiveram experiências desagradáveis na internet.
  • Ensine aos seus filhos sobre o que significam os termos “público” e “privado” no ambiente on-line e os oriente a compartilhar perfil e conteúdo somente para pessoas conhecidas. Oriente seus filhos a não publicar conteúdo no modo “público” e/ou enviar fotografias on-line para pessoas desconhecidas.
  • Encoraje os seus filhos a serem gentis e respeitosos no mundo digital e os ensine a não espalhar fofocas, partilhar histórias e/ou fotografias que possam magoar ou envergonhar outra pessoa.
  • Crie atividades para que os seus filhos interajam positivamente com amigos, família ou sozinhos on-line e com segurança. Ajude-os a identificar publicidades ou notícias falsas divulgadas no ambiente virtual.
  • Ensine aos seus filhos e filhas como ajustar as medidas de segurança nas suas redes sociais, com o objetivo de ajudá-los a proteger a sua identidade e as suas informações privadas.
    Fale com os seus filhos sobre como bloquear, reportar e denunciar conteúdos que os tornam desconfortáveis ou incomodados nas redes sociais que utilizam.
  • Após o uso, oriente seus filhos a fechar a sessão de seus e-mails, redes sociais e contas bancárias, ter senhas fortes com pelo menos 8 caracteres e letras, símbolos e números. É melhor usar letras maiúsculas e minúsculas, mas acima de tudo, evitar usar palavras previsíveis como o seu nome ou o da sua família.

A cartilha também enfatiza a importância de os pais e responsáveis prestarem atenção às alterações de comportamento das crianças e adolescentes, como medo, ansiedade, angústia ou isolamento. Eles devem conversar com os jovens para identificar se há algum desconforto durante o uso da internet.

É crucial que as relações de confiança sejam reforçadas para que os jovens saibam a quem recorrer caso sejam vítimas de violência ou outras situações incômodas na internet. Os cuidadores devem se informar sobre a gravidade e prevenção do abuso e exploração sexual online de crianças e adolescentes e manter um canal aberto de diálogo constante.

Muitas vezes, as dores dos adolescentes são negligenciadas devido às conturbadas fases emocionais características dessa idade, o que pode levar a problemas graves para toda a família. Eles precisam ser ouvidos e acolhidos.

Os casos de violência online podem ser denunciados à polícia pelo número 190 ou pelo Disque 100. Também é possível utilizar sites como o portal da Safernet para fazer denúncias.

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