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No Maranhão, 26 pessoas em condição análoga à escravidão são resgatadas

Ação da Polícia Federal foi realizada na zona rural de Mirador, interior do Estado.

Todos os trabalhadores trabalhavam na mais completa informalidade. (Foto: Reprodução)

Auditores-fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Maranhão (SRTb/MA) resgataram 26 trabalhadores de condição análoga à de escravo em duas fazendas destinadas ao cultivo de grãos, localizadas na zona rural de Mirador, interior do Maranhão.

A operação contou com a participação de representantes da Procuradoria Regional do Trabalho da 16ª Região, com o apoio da Polícia Federal.

A equipe de fiscalização realizou inspeção nos estabelecimentos na manhã do dia 27 de junho e, entrevistas com os trabalhadores no dia seguinte, na sede da Promotoria de Justiça da cidade de Colinas.

Após diligências de inspeção, foi apurado que as vítimas haviam deixado o local no dia 21 de junho, por determinação por equipe da Polícia Civil do estado do Maranhão, que determinou que fosse paga a quantia de R$ 416 reais para cada trabalhador.

A coleta de provas efetuada pela equipe de fiscalização permitiu concluir que os trabalhadores dormiam em redes em barraco de lona que não oferecia proteção adequada contra intempéries, sem acesso a instalações sanitárias, as refeições eram preparadas em fogareiros improvisados no chão.

Não havendo, dessa forma, local adequado para tomada de refeições, os trabalhadores consumiam água quente e não filtrada, não receberam dispositivos de proteção contra o sol. Na frente de trabalho, inexistia abrigo contra intempéries e instalações sanitárias.

O percurso do barraco até o local do serviço chegava até 2Km, que era feito a pé, na primeira semana e depois passou a ser realizada numa carroça puxada por um trator.

Todos os trabalhadores laboravam na mais completa informalidade, despidos de qualquer proteção social, tendo sido arregimentados por um intermediário na zona rural dos municípios de Colinas, Mirador e São Domingos do Azeitão, sendo três deles com idade inferior a 18 anos.

Em razão das condições degradantes de trabalho a que estavam submetidos, a auditoria-fiscal do Trabalho concluiu que os 26 trabalhadores foram submetidos a condições de trabalho análogas à de escravo.

Resgate dos trabalhadores

Considerando que os trabalhadores já tinham sido afastados do local de trabalho, a auditoria-fiscal do Trabalho prosseguiu com os procedimentos destinados a assegurar todos os direitos dos trabalhadores, desde a formalização e rescisão dos contratos, pagamento das verbas rescisórias e habilitação de seguro-desemprego.

O valor a ser pago pelos dois empregadores totalizou cerca de R$ 44 mil, calculados pela auditoria-fiscal do Trabalho, que dará continuidade ao procedimento de fiscalização com a lavratura dos autos de infração e notificação de débito de FGTS.

Denúncias

As denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser realizadas por qualquer cidadão, de forma sigilosa, pelo Sistema Ipê. 

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