Conscientização do Autismo

“Lugar de autista é em todo lugar”

No mundo há cerca de 70 milhões de pessoas autistas, 2 milhões no Brasil, e 7 mil no Maranhão, segundo estimativa da OMS

Neste sábado, 2, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, dois eventos serão realizados na Grande Ilha com foco na conscientização da sociedade perante o público do TEA. (Foto: Reprodução)

“Por vezes eu vejo o autismo sendo romantizado”

Mãe de Joaquim, de 4 anos, Géssica Costa conta que ele foi diagnosticado quanto tinha dois, por um psiquiatra. A maneira como ele deu o diagnóstico para família fez toda a diferença, segundo Géssica.

“Teve um momento sim em que eu chorei e fiquei preocupada com o futuro, mas no geral eu fiquei bem firme e comecei a buscar clínicas para ele começar a intervenção precoce. Eu já havia lido muito sobre o autismo, conversado com algumas pessoas que entendiam do assunto também, então eu já tinha uma base inicial do que precisava ser feito a princípio”.

Para se dedicar ao filho que precisa de uma atenção especial, ela contou que precisou abdicar de muitos objetivos pessoais e de muitas outras coisas por ele.

“Eu sou muito feliz com meu filho, amo ele mais que tudo, vivo para ele. Por vezes eu vejo o autismo sendo romantizado, e eu não concordo, pois existe sim muito amor envolvido, mas a responsabilidade é enorme e desgastante”, contou.

Na batalha contra o preconceito que infelizmente existe. Géssica diz que se a inclusão for praticada na infância, o preconceito diminuirá, fazendo com que as crianças sejam mais inclusivas.

“O preconceito existe sim, muitas vezes escondido e vem com ar de ‘boas intenções’. Joaquim é uma criança muito funcional, e sempre vem alguém ‘bem-intencionado’ falando: ‘Mas ele nem parece autista’, ou ‘Ora que Deus vai tirar isso do seu filho’. No entanto, não posso dizer que meu filho já foi destratado ou excluído por alguém, mas eu vejo no convívio dele com crianças típicas que existe algumas barreiras, e os grandes responsáveis por essas barreiras são os pais”.

Gessica e Joaquim vão ao evento no Parque do Bom Menino, pois ela acredita que eventos assim são importantes para levar informação.

“O autismo é um terreno desconhecido para muita gente, e essas a ações também mostram que existem muitas pessoas lutando pelo lugar do autista, pela inclusão, pelo respeito”.

O transtorno

O autismo é um transtorno cujos sinais surgem geralmente, nos três primeiros anos de vida, mas segundo os pais, é difícil de ser diagnosticado logo, devido, principalmente à falta de profissionais de área da saúde capacitados.

Os principais sintomas são os problemas com a linguagem, interação social e comportamento – que é restrito e repetitivo.

Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social.

Quando uma criança apresenta dificuldades para aprender a falar, problemas de interação social e movimentos repetitivos sem nenhum motivo aparente pode ser autismo.

O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.

Géssica Costa e seu filho Joaquim (Foto: Reprodução)
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