São Luís pode ter greve total dos rodoviários nesta quinta-feira (3)
Sem reajuste dos salários, Presidente do Sindicato dos Rodoviários considera que audiências de negociação foram um fracasso para os trabalhadores.
Após uma greve que durou duas semanas, com intensas negociações e quase nenhum avanço real, São Luís vive – novamente – a ameaça de uma paralisação total do transporte público. Em entrevista a uma rádio, concedida na manhã desta segunda-feira (28), o presidente do Sindicato dos Rodoviários confirmou que os ônibus coletivos voltarão a ficar nas garagens a partir desta quinta-feira (03/03).
Marcelo Brito disse que a decisão foi tomada depois do fracasso nas audiências da semana passada entre o Ministério Público do Trabalho (MPT/MA) e os empresários, que alegaram ainda estar sem condições de conceder qualquer reajuste de salário à categoria.
Empresários querem mais
Com o aumento de passagens em 20 centavos, a Prefeitura de São Luís disse que irá reduzir o repasse para os empresários de R$ 4 para R$ 1,5 milhão ao mês, o auxílio emergencial dos transportes que vinha sendo concedido desde dezembro de 2021.
Apesar do aumento no valor das passagens, os donos das empresas que gerenciam o transporte coletivo querem que a Prefeitura mantenha o repasse mensal no valor anterior.
Rodoviários mantém as reivindicações
“Nós queremos que eles nos paguem os atrasados e que respeitem a nossa data base. Nós vamos parar na próxima quinta-feira. Espero que não tenha determinação para que eu seja preso. A categoria não aguenta mais essa situação de salários e benefícios atrasados”, disse o presidente do Sindicato, Marcelo Brito.
A decisão final sobre a greve depende de uma reunião na quarta-feira (2). Os rodoviários ainda permanecem em estado de greve, com 60% da frota em circulação. Como não houve acordo, a categoria pode retomar a greve com 100% de paralisação.
Os rodoviários também aguardam a sanção da lei municipal que proíbe o acúmulo de funções no sistema, já aprovada na Câmara Municipal. Muitos motoristas passaram a exercer dupla função e, segundo eles, a gratificação é irrisória. Entre as propostas dos empresários para concessão de reajuste aos trabalhadores estava justamente a demissão de todos os cobradores. A ideia foi rechaçada pela classe rodoviária.