Rodoviários descartam paralisação total nesta quinta-feira (3)
De acordo com o sindicato, os próximos passos do movimento ainda estão sendo acertados.
Noticiada uma nova paralisação dos trabalhadores rodoviários para esta quinta-feira (3), a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) disse que essa informação não procede. Segundo Ciro Mineiro, os próximos passos do movimento ainda estão sendo acertados, mas por enquanto não há novas ações.
A última audiência de mediação com o Ministério Público do Trabalho foi na sexta-feira (25), quando rodoviários e empresários se reuniram para discutir o impasse, em torno da Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos da categoria.
O movimento segue sem acordo, mas o reajuste no valor das tarifas de ônibus em R$ 0,20 centavos está valendo desde o domingo, 27. Com o reajuste, a tarifa das linhas de ônibus não integradas, que custavam R$ 3,20 estão custando R$ 3,40. Já o preço das linhas integradas, subiu de R$ 3,70 para R$ 3,90.
Os empresários pediram além do reajuste nas tarifas, a manutenção do auxílio pago aos empresários. Com o aumento de passagens, a Prefeitura de São Luís disse que irá reduzir o repasse para os empresários de para R$ 1,5 milhão ao mês, o auxílio emergencial dos transportes que vinha sendo concedido desde dezembro de 2021.
“Mesmo após a Prefeitura de São Luís anunciar essas medidas, os empresários continuaram alegando não ter condições de atender as reivindicações dos trabalhadores. A patronal exige, que além do reajuste de 20 centavos nas tarifas, que o auxílio no valor de quatro milhões de reais, continue sendo repassado de forma integral, caso contrário, de acordo com os próprios patrões, não haverá condições de avançar em nada, nas negociações. O município, por sua vez, enfatizou que desta forma, já com o anúncio de aumento nas tarifas, seria inviável pagar o valor integral do auxílio que vinha sendo disponibilizado”, informou a assessoria do STTREMA, em comunicado.
Após essa reunião o presidente do Sindicato, Marcelo Brito, teria falado em paralisação “Os rumos desse movimento grevista, a categoria é quem vai decidir. Infelizmente, os empresários parecem querer brincar com a nossa cara, mas isso não vamos aceitar. Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, o movimento vai continuar, com possibilidade sim, de paralisação geral no sistema”. A paralisação foi descartada pela assessoria de imprensa da entidade para esta quinta-feira.
Entenda a questão
O impasse na negociação entre empresários do transporte e trabalhadores rodoviários já dura desde o início deste mês. No último dia 15, a categoria decidiu, em assembleia, deflagrar a greve por tempo indeterminado, com adesão de 100% da categoria. No dia 16, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) determinou que os rodoviários disponibilizassem, no mínimo, 80% da frota do transporte público que atende a capital e os municípios da Região Metropolitana, sob pena de multa diária de R$ 50 mil por dia de descumprimento.
No dia 19, o TRT, por meio da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, determinou pela prisão de 15 membros do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) durante a greve da categoria que já durava quatro dias. A decisão foi tomada visto o descumprimento do retorno de 80% da frota do transporte público da Região Metropolitana da capital. O Sindicato dos Rodoviários acatou a decisão judicial.
A categoria pede um reajuste salarial de 15%, além de ticket-alimentação de R$800, inclusão de um dependente no plano de saúde, regularização dos salários atrasados e ainda que sejam assegurados os empregos dos cobradores de ônibus.
Os empresários fizeram uma proposta para os trabalhadores, de conceder reajuste salarial de 5%, mas mediante, a demissão de todos os cobradores. Antes da última audiência com o MPT-MA, dia 25, houve três mediações nos dias 11, 22 e 24 de fevereiro. No dia 27 de fevereiro houve reajuste nas tarifas de transporte público.
Os rodoviários ainda permanecem em estado de greve, com 60% da frota em circulação. A última greve da categoria, com adesão de 100% da frota foi em outubro de 2021 e durou 12 dias.