Covid-19

Especialistas falam da vacinação em crianças

No Maranhão, a imunização começou no dia 14 de janeiro.

A vacinação será disponibilizada para todos os públicos. (Foto: Reprodução)

Nas últimas semanas correntes defenderam a vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade, enquanto outras recusavam a imunização. Dúvidas, incertezas, falsas notícias e contra-argumentos contribuíram para uma corrente negacionista e ainda geram.

Para dirimir as dúvidas acerca da imunização para esse público, representantes de comunidades científicas, professores universitários e médicos especialistas do Maranhão publicaram uma carta à população esclarecendo sobre esse assunto.

As informações, segundo o documento, não provém de opiniões, mas sim de estudos científicos iniciais, além de dados de mundo real.

Assinam a carta a Sociedade de Puericultura e Pediatria do Maranhão, Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional Maranhão, Sociedade Brasileira de Cardiologia – Regional Maranhão, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – Regional Maranhão, Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Maranhão, além de 32 médicos.

O documento aborda que “notícias” veiculadas sem base científica influenciam e causam desconfiança na população.

“Na era da internet, o crescimento de alguns movimentos incentiva as pessoas a rejeitarem o conselho de um perito ou a segui-lo de maneira seletiva, o que causa excesso de confiança no seu próprio conhecimento amador. Descrente, desconfiada e ávida por informação, a população se torna presa fácil de movimentos antivacina e de notícias falsas (fake news) compartilhadas em redes e grupos sociais, receita para a crescente hesitação e vacinar a si e aos seus”.

Uma das principais dúvidas que apareceram quando surgiu a aprovação de vacinas pela pela ANVISA e adotadas pelo Ministério da Saúde, foi sobre como age a vacina de mRNA da Pfizer? 

“A vacina da Pfizer utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). A célula humana produz mRNA naturalmente, que atua na produção de todo tipo de proteína para o corpo. A vacina em questão é um mRNA sintético que produz uma proteína do vírus da COVID-19. A partir daí, o processo é o mesmo das outras vacinas. O sistema imune reconhece esta proteína e começa a fabricar uma resposta de defesa específica contra ela, que será acionada quando o corpo entrar em contato com o vírus. É importante deixar claro que a molécula de mRNA da vacina NÃO é capaz de inserir outra informação em seu material genético. Depois que as proteínas semelhantes ao vírus são produzidas, o mRNA sintético é decomposto pela célula e eliminado, restando apenas as células de defesa e os anticorpos específicos com o vírus da COVID-19”, diz o conteúdo do documento.

Quanto à segurança da vacina de mRNA da Pfizer,  o texto argumenta que em 8,7 milhões de doses aplicadas nos EUA em crianças entre 5 e 11 anos de idade, apenas 12 (0,0001%) tiveram miocardites leves e todas se recuperam bem.

“Nenhum óbito foi atribuído à vacinação. A cada 1 milhão de crianças vacinadas, que cabem em 22 estádios de futebol como o Maracanã, uma terá uma leve miocardite. Na verdade, com o espaçamento entre as doses de 8 semanas que está sendo aqui praticado estima-se que esse risco será menor ainda. Por outro lado, em 2020 e 2021, no Brasil a cada um milhão de crianças entre 5 e 11 anos de idade, quatorze (14) foram a óbito por COVID-19 (Relatório do CTAI 23/12/2021) e 70% das internações foram em crianças sem comorbidades (SBP, 2022)”.

A carta também esclarece sobre as reações que possam surgir após a vacinação, e que os eventos adversos graves que podem ocorrer raramente vários dias após a aplicação, surgem na verdade “por ação do sistema imunológico que foi estimulado e não pela vacina em si (que não se incorpora ao nosso DNA).

Sendo assim, um prazo de 3 meses de observação de milhões de pessoas vacinadas já nos deixa seguros, pois, pelo que se entende hoje de imunologia e pela história da vacinação do homem, não se espera outros efeitos depois deste período. Felizmente já temos essa segurança.

Então, já podemos avançar. Até o presente momento, não identificamos casos de anafilaxia (reação alérgica grave e imediata) em pacientes de 5 a 11 anos que receberam a vacina da Pfizer nos países que já iniciaram a imunização desta faixa etária.

Diante do exposto, recomendamos fortemente a imunização contra a COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade com as vacinas aprovadas pela ANVISA e adotadas pelo Ministério da Saúde.

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