A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a situação do transporte público em São Luís ouviu nesta terça-feira (18) o ex-secretário municipal de trânsito e transporte, Cláudio Ribeiro, e o atual secretário da SMTT, Diego Baluz. Isaías Castelo Branco, ex-presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, também prestou depoimento.

Depoimentos

Durante o encontro, que analisa a licitação e os contratos de concessão aos empresários que operam o sistema de transporte público da capital maranhense, Cláudio Ribeiro foi questionado se os prestadores do serviço estariam cumprindo com seus deveres. O ex-secretário da SMTT disse que o órgão recebe muitas denúncias, mas que os descumprimentos são infrações rotineiras, autuadas pela própria equipe de fiscalização da SMTT.

“O que a população muito reclama é da qualidade do serviço. E a qualidade do serviço tem uma relação muito íntima com o próprio cumprimento do contrato por ambas as partes. Obrigações do município e obrigações das concessionárias. Durante o período que estive à frente da SMTT, uma reclamação recorrente, tanto da população, quanto dos empresários, era a questão da estrutura viária de São Luís, principalmente na zona rural. Os empresários e concessionárias justificam essa falta de infraestrutura como um fator que dificulta a colocação de veículos com qualidade”, completou.

Cláudio Ribeiro ainda citou a pandemia como sendo um agravante para a situação atual do transporte, mas não um fator determinante. O valor do diesel, que teve sucessivos aumentos, também foi apontado como um problema para os empresários durante o período. Por último, o ex-secretário argumentou que a SMTT tem um quadro insuficiente de servidores, dificultando inclusive a fiscalização do transporte público.

Greves e licitações

Já o atual secretário da SMTT, Diego Baluz, disse em depoimento que a secretaria quer impedir um novo cenário de greve dos rodoviários.

“Nós vamos tentar que não chegue nesse colapso de ter que entrar em greve. Estamos fazendo o levantamento de dados para entender a situação atual do sistema, já estamos em contato com as concessionárias e sindicatos, para que não se tenha que chegar novamente em uma paralisação, pois só quem sofre é a nossa população”, disse.

Quando questionado se o rompimento de contratos e a realização de uma nova licitação seria uma solução para o problema do transporte coletivo, Diego Baluz informou que a atitude não seria a melhor opção.

Outros temas

A reunião desta terça-feira (18) foi conduzida pelo presidente da CPI, vereador Chico Carvalho (PSL). Participaram também o vereador Álvaro Pires (PMN), relator da comissão, e o co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT).

A CPI também debateu outros temas, como o tamanho e as condições das frotas de ônibus do transporte coletivo da capital, o percentual de gratuidade e semi-gratuidade no sistema e a manutenção dos terminais de integração.