A presidência do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores mudará de comando a partir do dia 1º de janeiro. Francimar Melo, assume  em substituição a Augusto Lobato que é o atual presidente. Melo que exerce a função de vice-presidente passará dois anos à frente da legenda. A troca na presidência já havia sido definida em março de 2020. Por conta de um impasse sobre o resultado do pleito, estabeleceu-se que Lobato seria presidente por dois anos, seguido por dois anos de Francimar Melo.

Em entrevista a O Imparcial, Augusto Lobato revelou que a maioria da executiva estadual vai recorrer da decisão ao diretório nacional a qual ele é membro. “Meu mandato iniciou em março de 2020, e o correto era deixar o comando em 15 de fevereiro de 2022, mas com esta antecipação vou ter que recorrer junto ao diretório nacional. Vejo isso como um golpe que foi articulado por conta de meu posicionamento político em ser leal ao governador Flávio Dino e por eu ter declarado apoio ao vice-governador Carlos Brandão”, afirmando que já está preparando o recurso que está sendo encaminhado ao diretório nacional contra a decisão da executiva.

Augusto Lobato acrescentou que esse movimento de encurtar o seu mandato faz parte de uma estratégia de seus adversários dentro da própria legenda para que o mesmo não participe da reunião dos dirigentes de par

tidos com o governador que está marcada para acontecer no dia 31 de janeiro pelo fato de defender a pré-candidatura de Carlos Brandão ao governo do Maranhão nas eleições de 2022.  A antecipação do termino do mandato de Augusto Lobato para 31 de dezembro de 2021 foi decidida em uma reunião realizada na última sexta-feira (10), com a presença de membros da Executiva Nacional do PT. Durante o encontro foi firmando um acordo no qual foi determinado a divisão do mandato de quatro anos. Os dois primeiros anos por Augusto Lobato e os dois últimos para Francimar Melo.

O atual presidente do diretório estadual do PT no Maranhão, Augusto Lobato, que faz parte do Coletivo Resistir/ Resistência Socialista do PT lamentou a forma desrespeitosa que o acordo da transição da presidência, vem sendo tratado por uma parte da imprensa, ressaltando que a mesma vem tratada de forma natural e tranquila. 

“Mais do que nunca o momento nos exige união em prol de um projeto maior e prioritário, que é a eleição de Lula e de fortes bancadas de parlamentos nos Estados. Esse contexto nos coloca a necessidade de mínima coesão, não permitindo que ninguém que faça do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras tenha sua imagem execrada na mídia e na opinião pública, por qualquer que seja o motivo.  Nossas questões internas não podem se sobrepor ao que nos une, tampouco acontecerem sem fraternidade e solidariedade entre todos e todas”, diz um trecho da nota assinado pelo Coletivo Resistir/ Resistência Socialista do PT.

Acordo de divisão de mandato foi definido entre partes

Segundo Luís Henrique Lula da Silva, que está no comando da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagrima), explicou que essa decisão remonta o Processo Eleitoral Direto (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT) no Maranhão em 2019, o qual teve um impasse com dois resultados. Luís Henrique Lula da Silva lembrou que um resultado foi apurado pelo diretório nacional sem recurso e outro foi apurado pelo diretório estadual fazendo julgamento de recurso e que demorou cerca de três meses para se mediar um tipo de saída.

“A apuração na época foram feitas pelas secretarias de organização e na segunda reunião do diretório nacional foi costurado um acordo. E esse acordo respeitou a proporcionalidade das chapas em 50% para cada campo político, um liderado por Augusto Lobato e outro por Francimar Melo, então a decisão na reunião de março de 2020 com o diretório nacional deu uma ‘saída salomônica’, a qual ficou concebido que o mandato de quatro anos ficaria dividido entre os dois. O Lobato pediu para dar continuidade ao mandato dele que já vinha de quatro anos anteriores e completaria os seis. Esse período descontado os dois meses de vácuo ficariam 44 meses para dividir para os dois. Ou seja, 22 meses para um e 22 meses para o outro, E esses dois meses para Augusto Lobato se encerram no dia 31 de dezembro. Até porque não tem como invadir o ano posterior por uma questão legal do exercício fiscal da prestação de contas”, explicou Luís Henrique Lula da Silva.

O secretário da Sagrima, ressaltou que executiva quando baixou essa resolução nesta semana ela apenas sacramentou o acordo feito junto ao diretório nacional em ata em 11 de março de 20. E ela que encaminha a papelada de mudança na presidência e o restante da direção, cerca de 18 cargos ficam preservadas. Luís Henrique Lula da Silva, afirmou que a partir de janeiro de 2022 o PT terá um novo presidente conforme essa decisão que retroage a 2020.

“Essa decisão não é uma imposição da direção nacional , foi uma decisão pactuada entre as partes”, explicou Luís Henrique Lula da Silva.