Novembro Azul

O preconceito entre homens afasta um diagnóstico precoce

15% dos homens que têm câncer de próstata não tem alteração do PSA.

Foto: Divulgação

Para muitos homens, falar em consultar com um urologista faz qualquer um correr, não é mesmo? O mês dedicado à causa nobre, a campanha “Novembro Azul” é uma forma de incentivar e encorajar esses homens a quebrar um tabu ainda existente e que se arrasta há muito tempo em uma sociedade ainda considerada machista. O câncer de próstata é silencioso e não apresenta sintomas. Atualmente, a doença atinge de 1 a cada 6 homens no Brasil e grande parte deles, só procura ajuda médica já em um estado avançado da doença.

O médico Urologista do Hapvida Saúde, Elimilson Brandão, explica que o papel do especialista é fundamental nesse processo de quebra de preconceito. “A gente recebe todo perfil de paciente, desde aquele que vem consultar sem nenhum problema e fazem consultas de rotina, àqueles com um pouco mais de resistência, que não querem fazer o exame de toque. Eis que entra o papel do urologista em mostrar a importância de fazer o toque retal junto com os outros exames. 15% dos homens que têm câncer de próstata não apresentam alteração do PSA (traduzir a sigla). Então, se o paciente tem o PSA normal e não fizer o toque, reduz as chances de diagnosticar um nódulo através do toque e, assim, ter uma avaliação mais completa e diminuir as chances de um diagnóstico falso-negativo, um câncer desapercebido”.

O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomendam que homens a partir dos 50 anos procurem seu urologista para ser realizado este tipo de exame anualmente. No caso de homens negros ou com histórico familiar de câncer de próstata, deve ser iniciada a prevenção aos 45 anos.

O jornalista Deusivan Pita, 59 anos, sabe muito bem a importância do diagnóstico precoce e disse que para ele não era um tabu, mas a falta de tempo sempre adiou os cuidados com a saúde. “A minha primeira consulta com um urologista foi aos 48 anos, não por preconceito na época, mas o exame era mais difícil de ser feito porque eu trabalhava de cidade em cidade, dificultava ainda mais. Hoje, com conhecimento sobre o assunto e como um comunicador, levo a informação para meus amigos, pois sei que quanto mais cedo for diagnosticado, as chances de cura são maiores. O preconceito ainda existe na mente de muitos homens, mas esse tabu precisa ser quebrado e enfrentar de forma natural, do mesmo jeito que as mulheres buscam o ginecologista anualmente”, destacou.

Enfrentar o preconceito de forma natural

Para os homens que ainda não estão convencidos quanto à importância e necessidade de manter uma rotina médica, aí vai uma dica do especialista.

“Homens com a idade a partir do 50 anos e negros, a partir dos 45, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal. Somente ele permite ao médico avaliar as alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos. A consulta também pode esclarecer sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Em casos de tumores de baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, em que periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão dela, finaliza.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias