Proclamação da República

A história do dia 15 de novembro de 1889

Euges Lima, professor, historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), explica sobre o fato histórico.

Proclamação da República. (Arte: Benedito Calixto)

No dia 15 de novembro de 1889, o Brasil declarava-se República – este evento ocorreu com a mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada em 1822. A partir deste golpe, a família real foi expulsa e a República foi instaurada no Brasil. “Do ponto de vista político, mudou-se o regime. Institui-se uma República que se iniciou de forma muito precária democraticamente e da ótica da participação popular. Baste elitista. Inicialmente, controlada pelos militares. Importante lembrar que a nossa República derrubou a Monarquia por meio de um Golpe militar. Do ponto de vista social, não houve avanço algum. Até hoje, nossa República tem muitos problemas e deixa a desejar”, disse Euges Lima, professor, historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) sobre que mudou na transição da Monarquia para República.

“Do ponto de vista político, mudou-se o regime. Institui-se uma República que se iniciou de forma muito precária democraticamente e da ótica da participação popular. Baste elitista. Inicialmente, controlada pelos militares. Importante lembrar que a nossa República derrubou a Monarquia por meio de um Golpe militar”

O dia da Proclamação da República é considerado feriado nacional por determinação legislativa. Em 14 de janeiro de 1890, foi emitida a primeira lei reconhecendo o dia como feriado, para assim ter um dia celebrar a pátria brasileira. Atualmente o dia em questão é considerado feriado por causa de uma lei mais recente. Em dezembro de 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi aprovada pela lei n° 10.607, que cita todos os feriados nacionais do Brasil.

Os protestos que a oposição ao presidente Jair Bolsonaro pretendia realizar nesta data muito dificilmente irá acontecer. A manifestação está programada desde antes os atos do dia 2 de outubro, mas algumas entidades de esquerda começam a reavaliar sua participação. O principal motivo é a proximidade com o dia 20 de novembro, quando ocorrem manifestações em todo o país em decorrência do Dia Nacional da Consciência Negra.

Bandeira do Brasil

A atual bandeira do Brasil é resultado da Proclamação da República, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1889, sendo somente oficializada no dia 19 de novembro como nossa bandeira, por isso comemoramos o Dia da Bandeira neste dia. O desenho da bandeira atual foi feito por Décio Vilares, que teve como inspiração a bandeira do Império, que já trazia o verde e amarelo.

Antes, a bandeira era semelhante com a dos Estados Unidos da América, apresentando listra verdes e amarelas no lugar das vermelhas e brancas que simbolizam o país norte-americano, sendo assim resolveram mudar por orientação dos governantes brasileiros que não queriam ter sua imagem ligada ao governo americano.

Composta por um retângulo verde (simbolizando as matas), um losango amarelo (simbolizando as riquezas), círculo azul (simbolizando os céus e os rios) e uma faixa branca (simbolizando a paz), a bandeira também tem em seu centro 27 estrelas que representam o Distrito Federal e os estados que compõe o Brasil, além disso dentro do circulo possui a seguinte frase “Ordem e Progresso”, inspirada nas ideias positivistas de Augusto Comte que pregava a experiência como base do conhecimento.

Hino da Proclamação da República

Composta em 1980, pelo jornalista e escritor Medeiros e Albuquerque e pelo compositor e maestro Leopoldo Miguez, a obra foi a vencedora de um concurso para eleger o hino oficial do Brasil republicano.

Por possuir letras rebuscadas e ufanistas (orgulho exagerado), a composição foi preterida e deixou de ser oficializada como Hino Nacional. Mas em janeiro de 1890, de acordo com o decreto, tornou-se o Hino Nacional da Proclamação da República. Até a década de 70 século passado, acabou caindo no esquecimento. Hoje, raramente é tocado em solenidades oficiais.

No entanto, este hino nacional retrata o desejo das pessoas por liberdade e seu desejo de estabelecer uma forma de governo que garanta mais liberdade e democracia e menos autoritarismo. O Brasil clamava por um sistema de governo que permita ao país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.

Personalidades importantes

Marechal Deodoro da Fonseca

Defensor da Monarquia, sempre declarou ser amigo e fiel ao imperador D. Pedro II. Somente dias antes da proclamação que Deodoro passou para o outro lado, após receber os republicanos Benjamin Constant e Quintino Bocaiuva em sua casa, acabou sendo convencido de que o gabinete comandado pelo visconde de Ouro Preto, ministro de D. Pedro II, que pretendia reduzir gradativamente o poder do Exército e da Marinha, contrariado com essa informação, decidiu-se a derrubar a monarquia. Foi o primeiro presidente da República.

Marechal Floriano Peixoto

Encarregado da segurança do primeiro-ministro e aliado de D. Pedro II, o Visconde de Ouro Preto, acabou recusando a atirar nos rebeldes que pediam a República. Foi escolhido para ser vice Deodoro, assumiu a Presidência em 1891, com a renúncia do presidente.

Ruy Barbosa

Escolhido para ser ministro da Fazenda, por indicação de Deodoro da Fonseca, o grande intelectual tinha como missão modernizar a economia brasileira. Renuncio em 1891, entretanto, com a inflação nas alturas em decorrência da bolha especulativa (situação na qual o valor de um ativo se desvia fortemente do valor correspondente desse mesmo ativo), criada por Ruy Barbosa.

D. Pedro II

Segundo e último imperador do Brasil, foi derrubado pelo Golpe Militar (chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca) que proclamou a República em 15 de novembro de 1889. Dois dias após a Proclamação da República, com o banimento da família real, partiu para o exilio na França, onde morreu aos 66 anos.

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