Após a greve dos trabalhadores do transporte coletivo de São Luís ter entrado no 7º dia, a categoria divulgou uma nota nesta quarta-feira (27), na qual informa ainda não ter recebido qualquer sinalização de um encontro para por fim à paralisação.

O STTREMA se colocou à disposição da Prefeitura de São Luís e do Sindicato das Empresas de Transporte (SET) para dialogar. O último encontro para negociar um acordo terminou sem acerto na última segunda-feira (25).

Os rumos da paralisação

Hoje (27) os rodoviários realizaram uma Assembleia Geral na sede da entidade, no Centro de São Luís, para discutir os rumos da paralisação. Logo depois, o Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Marcelo Brito, diretores sindicais e a categoria se encontraram na Câmara Municipal de São Luís, a convite do Coletivo Nós (PT).

“Somos das periferias de São Luís e conhecemos essa realidade bem de perto. Vale lembrar ainda que a maioria dos coletivos de São Luís já não possui mais trocador e estão sem os ar condicionados, o que afeta diretamente a dignidade humana”, destacou a co-vereadora Eunice Che.

“Não é somente a greve, são os direitos trabalhistas que há muito tempo eles buscam. Hoje o mandato coletivo [Coletivo Nós] também está apoiando a greve dos trabalhadores rodoviários porque a gente acredita que é uma pauta importante e que reflete diretamente na população”, completou Eunice.

Propostas recusadas

Depois de mais de seis horas reunidos na sede da Prefeitura de São Luís na última segunda (25), os empresários apresentaram uma proposta considerada vergonhosa pelos trabalhadores: 2% de reajuste salarial.

Os rodoviários reivindicam 13% de reajuste salarial, jornada de trabalho de seis horas, ticket alimentação no valor de R$ 800,00, manutenção do plano de saúde e inclusão de um dependente, além da concessão do auxílio creche para trabalhadores com filhos pequenos.

O Prefeito Eduardo Braide propôs apresentar nesta quinta-feira (28) um “auxílio emergencial”, que garantiria passagem gratuita para pessoas que perderam o emprego durante a pandemia da Covid-19, além da contribuição para o sistema de transporte público, com injeção de recursos.

Enquanto os envolvidos na greve não chegam a uma solução, os usuários do transporte coletivo são obrigados a buscar outras alternativas para chegar ao seu destino. Entre as opções encontradas pelos passageiros, as mais utilizadas tem sido o transporte alternativo (vans), viagens por aplicativos e o moto táxi.

Nota do STTREMA na íntegra

“O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informa, que até o momento, não houve qualquer sinalização de um encontro, para o decorrer desta quarta-feira (27), no intuito de discutir soluções, que visam atender as reivindicações dos trabalhadores.

A entidade ressalta, que segue a disposição dos empresários e da Prefeitura de São Luís, para que possa retomar o diálogo, para que os Rodoviários tenham os seus direitos garantidos pelos patrões e para que o transporte público volte a circular normalmente na capital.

A última proposta feita pelos empresários, foi na segunda-feira (25), durante reunião com o Prefeito Eduardo Braide, em que chegaram a oferecer 2% de reajuste salarial, o que não foi aceito pelos trabalhadores, que decidiram pela manutenção do movimento grevista. Sem avanços, os ônibus permanecem dentro das garagens e os Rodoviarios, aguardando por uma decisão.”