MARANHÃO

Pesquisa mostra que mulheres e negros têm maior índice de desemprego no Ma

Dados são do IBGE que também observou ter aumentado, cerca de 100.000, o número de pessoas desocupadas no estado, entre o fim de 2019 e início de 2020

Reprodução

Sem um trabalho formal desde o início do ano, Ana Lúcia Santos, que antes trabalhava como vendedora em uma loja de roupas, hoje se vira como pode para garantir seu sustento. Vendendo uma coisa aqui e outra ali, trabalhando como diarista de vez em quando,espera como todo mundo, que a pandemia acabe. “Vai ficar mais difícil para todo mundo que já estava desempregado, se encaixar de novo, mas só tendo fé que tudo possa melhorar”.

Ana Lúcia se enquadra na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, quanto à taxa de desemprego para as mulheres no estado, que foi de 18,7%, no 1º trimestre deste ano. Em todos os estados brasileiros a taxa de desocupação das mulheres foi maior que a dos homens. No Maranhão essa taxa ficou em 14,7%.

A maior taxa de desemprego para as mulheres, dentre os estados brasileiros, foi na Bahia, na ordem de 22,3%. No recorte feito sob o critério de cor/raça, as populações preta e parda apresentaram números percentuais mais elevados que a população branca. No Brasil a taxa de desocupação para brancos foi de 9,8%, pretos foi de 15,2% e pardos, 14,0%. No Nordeste, foi de 13,0%, 18,4% e 15,9%, respectivamente. No Maranhão os índices alcançaram 13,4% da população branca, 16,8% da preta e 16,7% da população parda.

Em termos gerais, a taxa de desocupação do Maranhão, no 1º trimestre de 2020, foi de 16,1%, registrando aumento de 4 pontos percentuais (p.p.) em relação ao trimestre anterior (12,1%). Maiores taxas de desemprego foram observadas na Bahia, 18,7%, Amapá, 17,2%, e Alagoas, 16.5%, enquanto as menores foram observadas em Santa Catarina, 5,7%, e Mato Grosso do Sul, 7,6%. Em números absolutos, a quantidade de pessoas desocupadas no Maranhão aumentou em cerca de 100.000 indivíduos entre o 4° trimestre de 2019 e o 1° trimestre de 2020.

Vai ficar mais difícil para todo mundo que já estava desempregado, se encaixar de novo, mas só tendo fé que tudo possa melhorar

Desalentados no Maranhão acima da média

Os desalentados, uma categoria do IBGE, que indica aquelas pessoas que desistiram de procurar trabalho, aumentou em relação ao trimestre anterior no Maranhão. 

No 1º trimestre de 2020, esse número foi de cerca de 572.000 pessoas. O percentual de desalentados (total de desalentados sobre o total da população na força de trabalho e desalentada), chegou, no Maranhão, no 1º trimestre de 2020, a 17,8%, bem maior que a média Brasil, que foi de 4,3%.

No Brasil, como um todo, havia, nesse mesmo período, cerca de 4.770.000 pessoas em situação de desalento, situação caracterizada fundamentalmente pela desistência de procura por trabalho, embora, caso apareça emprego, a pessoa está à disposição. A Bahia é a UF com maior número de desalentados: 778.000 pessoas.

Aumentou também o número de pessoas que não tinham carteira de trabalho assinada no estado. Enquanto no 1º trimestre de 2020, do total de pessoas ocupadas no setor privado, no Maranhão, 51,6% não tinham carteira de trabalho assinada, no 4º trimestre de 2019, esse percentual era de 52,4%.

Abrangendo um recorte mais geral sobre informalidade, quando além do setor privado e do trabalho doméstico, inclui-se outras posições na ocupação, como empregadores e trabalhadores que atuam como conta própria sem CNPJ, além de trabalhador auxiliar familiar, o Maranhão (60,7%) teve o segundo maior percentual no ranking dos estados, atrás apenas do Pará (61,4%). A menor taxa percentual foi observada em Santa Catarina, 27,9%.

Os ocupados no Maranhão, no 1° trimestre de 2020, totalizaram 1.354.000 na situação de informalidade. No que concerne à taxa de contribuição previdenciária, do total de pessoas ocupadas no Maranhão, 62,2% (1.375.000) não contribuíram no 1º trimestre de 2020 para instituto de previdência. 

No Brasil, o percentual de ocupados não contribuintes de instituto de previdência foi de 36,4%, formando um contingente de 33.799.000 pessoas.

No Maranhão, do total de pessoas desocupadas, isto é, que estavam desempregadas, mas que procuraram emprego, no 1º trimestre de 2020, 30,3% estavam a procurar trabalho há dois anos ou mais. 

Esse percentual, no Brasil, era de 23,9%, e no Nordeste, de 26,5%. Trabalhando com números absolutos, esses 30,3% no Maranhão representavam 129.000 pessoas. No Brasil, 3.075.000 pessoas e no Nordeste, 1.020.000.

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