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Brasil encontra solução para garantir respiradores em hospitais sobrecarregados

Após o cancelamento de fornecedores internacionais, rede com mais de 15 instituições envolvidas dará suporte ao SUS para entregas ao longo de três meses

Foto: Reprodução

O mês de abril vai encerrar com a entrega 272 respiradores produzidos no Brasil, pelo governo federal. De acordo com informações do Ministério da Saúde, os ventiladores ajudam pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é indicado nos casos graves de coronavírus, que apresentem dificuldades respiratórias.

Os contratos foram feitos com quatro empresas brasileiras e mais de 15 instituições estão envolvidas, o que inclui fabricantes processadores, instituições financeiras e empresas de alta tecnologia, entre outras. A previsão é que possam garantir uma solução nacional diante da dificuldade mundial de aquisição do equipamento. Antes o Ministério da Saúde possuía uma compra de 15 mil respiradores produzidos na China, que precisou ser cancelada pois o fornecedor não conseguiu os aparelhos. Agora, uma rede de empresas ajudará a atender as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), com 14.100 respiradores mecânicos.

Os novos aparelhos servirão para o atendimento estratégico ao longo da dinâmica da doença no país, em especial nos serviços de maior sobrecarga.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, enfatizou que os profissionais de saúde devem ser qualificados para o manuseio do equipamento.

“Um fator importante na distribuição dos equipamentos será a qualificação dos profissionais de saúde. Nós já temos aparelhos distribuídos pelo Brasil e profissionais responsáveis por esses serviços. Quando colocamos mais respiradores no sistema também teremos que olhar quem vai trabalhar com eles e qual a capacidade de execução de cada localidade. Vamos utilizar essa solução para atender a demanda ao longo da epidemia no Brasil. Não adianta distribuir aleatoriamente para todos os estados. Isso deve ser feito conforme a demanda e também olhando para a capacidade da rede de saúde local expandir o seu serviço. Não podemos deixar que esses aparelhos fiquem subutilizados”, complementa o ministro.

Uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia realizou um mapeamento do parque industrial, quando foram identificadas as capacidades de cada setor. Nesse mapeamento, encontrou-se empresas que tinham escala pequena de produção, mas que tinham expertise e outras que poderiam contribuir para expandir as entregas em um menor espaço de tempo possível.

O projeto ainda envolve o Ministério das Relações Exteriores, para priorização de recebimento de peças, o Ministério da Justiça para escoltas e segurança da distribuição de equipamentos e insumos, e o Ministério da Defesa que fornece armazéns nas capitais para estoque de materiais e a logística de distribuição para o país, por meio da FAB (Força Aérea Brasileira), quando necessário.

“O Ministério da Saúde está focado em aumentar a eficiência e a capacidade de entregar as soluções que foram planejadas nas últimas semanas”, explica o ministro. Segundo ele, o governo federal abriu diversas iniciativas, da compra de equipamentos e testes a elaboração de diretrizes, dentro de um cenário de crise e escassez de insumos mundiais. O objetivo, portanto, é garantir a efetivação das ações iniciadas e garantir que materiais e produtos cheguem a quem precisa. “Uma interação com os outros ministérios é importante nesse processo de aumentar a capacidade das entregas para tratar da crise do coronavírus. Isso é parte dessa estratégia.”

Respiradores tem sido uma das maiores urgências do sistema de saúde para atender pacientes que estão em estado graves em UTIs em diversos estados do país. Algumas universidades têm feito estudos e criado equipamentos com baixo custo, que possam ser produzidos e assim atender as demandas necessárias.

O Departamento de Engenharia Mecânica do Centro de Ciências Tecnológicas – CCT da Universidade Estadual do Maranhão, por exemplo, desenvolveu um ventilador, que pode auxiliar na respiração temporária de pacientes com dificuldades respiratórias causadas pelo Covid-19, entre outras doenças. O Ventilador Auxiliar Temporário foi construído a partir do laboratório de Pneumática e Hidráulica da UEMA e é um equipamento portátil, de fácil manuseio, projetado para 6 kg, de baixo custo em relação a respiradores convencionais (aproximadamente 2 mil reais) e que funciona sob princípios mecânicos de um sistema pneumático.

Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 48 horas criou um respirador pulmonar. Ele usa a tecnologia touch screen, é equipado com sistema multibiométrico e se conecta via wireless. Por isso, dá pra acessar, monitorar e operar o respirador remotamente, em tempo real, pelo aplicativo do smartphone.

Os técnicos informam que dá para montar e programar o aparelho em apenas 1 minuto. Não é um respirador de emergência, por isso ser usado indefinidamente, ou seja, para substituir os convencionais que existem no mercado.

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